sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Fios de Contas
Conhecidas também como "Cordão de Santo", "Colar de Santo" ou "Guias", são ritualisticamente preparadas, ou seja, imantadas, de acordo com a tônica vibracional de quem as irá utilizar (médium e entidade), e conforme o objetivo a que se destinam.
São compostas de certo número de elementos (contas de cristal ou louça, búzios, Lágrimas de Nossa Senhora, dentes, palha da costa, etc.), distribuídos em um fio (de Aço, Náilon ou fibra vegetal), obedecendo a uma numerologia e uma cromologia adequada; ou ainda, de acordo com as determinações de uma entidade em particular.
As contas de louça lembram, por sua composição, a mistura de água e barro, material usado para criar o mundo e os homens, por isso são as mais usadas.
Para que servem:
- Têm poder de elevação mental. Se utilizadas durante um trabalho espiritual, tem função de servir como ponto de atração e identificação da vibração principal e/ou falange em particular, atuante naquele trabalho, servindo assim como elemento facilitador da sintonia para o médium incorporado. Elas nos auxiliam em nossas incorporações, pois estas atraem a "energia" particular de cada entidade, captando e emitindo bons fluidos, formando assim, um círculo de vibrações benéficas ao redor do médium que as usa.
- Servem como pára-raios. Se há uma carga grande, ao invés desta carga chegar diretamente no médium, ela é descarregada nas guias, e se estas não agüentarem, rebentam.
- Podem ser utilizadas pelo médium, para "puxar" uma determinada vibração, de forma a lhe proporcionar alivio em seus momentos de aflição.
Que Fios de Conta Utilizar:
Ao ser batizado na Umbanda, o filho de santo recebe a guia de Oxalá e a do Orixá que rege o terreiro que frequenta. Ao fazer as demais iniciações, vai recebendo as guias correspondentes.
A seguir, conforme o desenvolvimento do médium, as entidades do médium poderão pedir que se confeccionem suas guias de trabalho.
Existem também as guias "especiais", como por exemplo, a "guia de sete linhas", a “guia de aço”, etc., cuja necessidade e cores, serão determinadas pelo guia chefe da casa.
Devemos entender que a proteção maior, encontra-se na guia de Oxalá; guia esta, normalmente a primeira a ser consagrada ao médium, feita basicamente p/ nossa proteção as demais são guias de trabalho e so deverão ser utilizadas quando for incorporar.
As guias devem ser tratadas pelos médiuns com todo carinho e o máximo de respeito, pois elas representam o Orixá e a segurança do médium.
São de uso individual e não podem ser tocadas por outras pessoas
Nunca ir ao banheiro com as guias de trabalho no pescoço quando mediun necessitar ir ao banheiro no terreiro deve-se pedir gentilmente que um irmão ou irmã da corrente segure as guias de trabalho estendendo o braço para que sejem colocadas no braço dessa irmã ou irmão de forma que não sejem tocadas pelas mãos, no retorno pega-las de volta.
Guias de trabalho so devem ser utilizadas na area de trabalhos evitar ficar passeando com elas pelo terreiro.
Pontos Cantados
Os pontos cantados são uma das primeiras coisas que afloram a quem vai a um terreiro de Umbanda pela primeira vez. Os pontos cantados são, dentro dos rituais de Umbanda, um dos aspectos mais importantes para se efetuar uma boa gira.
Uma das formas encontradas para a reaproximação do homem com o Divino foi a música, onde se exprime o respeito, a obediência e o amor ao Pai Maior. Desta forma, os cânticos tornaram-se um atributo socio-religioso, comum a todas as religiões, onde cada uma delas, com suas características próprias, exteriorizavam sua adoração, devoção e servidão aos desígnios do Plano Astral Superior.
Os pontos cantados servem para impregnar certas energias e desimpregnar outras, de acordo com o ponto, uma vez que cada linha representa uma imagem, traduz um sentimento inerente à vibração daquela entidade que o canta, ou que o trás, existindo por trás deles uma freqüência toda especial, que se modifica de acordo com a Linha Espiritual.
Os Pontos Cantados de Umbanda, ou seja, os cânticos entoados nos templos umbandistas têm finalidades sequer imaginadas pelos consulentes, e mesmo por muitos médiuns, estando longe de serem apenas para alegrar ou distrair pela música. São, na verdade capazes de movimentar as forças sutis da Natureza e mesmo atrair certas entidades espirituais.
São cânticos invocando as Entidades, marcando o início de sua incorporação ou desincorporação, para criar formas mágicas para determinados trabalhos, para abrir e fechar sessões no Terreiro, para pedir forças espirituais, para afastar espíritos maus, para pedir maleime(perdão) e outras diversas finalidades.
Expressam, de maneira sublime, uma mensagem, uma emoção, um sentimento, uma imagem, um alerta, etc. Como podemos observar ao ouví-los, além de ativarem o misterioso fogo renovador da fé e do puro misticismo, movimentam uma linguagem metafísica onde cada um entende, segundo seu alcance, várias mensagens. Os pontos cantados são verdadeiras preces, quando bem cantados, em cujas letras realmente há imagens positivas, que elevam o tônus vibracional (energético) de todos, facilitando a atuação das Entidades Espirituais em determinados médiuns e mesmo nos consulentes.
Procure entoar os pontos cantados adequadamente, sentindo-os e não apenas cantando-os. Sinta-os em sua alma e verá, surpreso, como você canta bem, como você está bem. O ponto cantado é o caminho vibratório por onde "anda" a gira. É o verbo sagrado, portanto entoe-os adequadamente, harmoniosamente.
Juntamente com o som dos atabaques, forma-se uma corrente magnética, e quando nos concentramos para o inicio de uma incorporação, somos envolvidos por esses sons mágicos, fazendo nosso corpo vibrar em sintonia, facilitando assim, este processo.
Tanto é verdade que médiuns que foram iniciados e condicionados a incorporar, mediante o som dos atabaques e o canto, ficam "perdidos", quando necessitam incorporar em algum local, onde haja completo silêncio.
Outro ponto interessante a comentar, são os pontos, normalmente curtos, que quando entoados de uma forma harmônica e repetitiva, torna-se uma "oração mântrica". Tendo um efeito muito poderoso, quando vibrado do modo correto.
O elemento melódico das músicas africanas destaca-se, no decorrer das cerimônias privadas, no momento dos sacrifícios, oferecimentos e louvores dirigidos às divindades frente aos Pejís. São cantos sem acompanhamento de tambores, o ritmo ficando ligeiramente marcado pelo bater das palmas. A melodia é rigorosamente submetida às acentuações tonais da linguagem Yorubá.
Os dois elementos, ritmo e melodia, encontram-se associados no decorrer do Xirê público, quando os sons dos atabaques são acompanhados por cantos.
Os Pontos Cantados E seus Fundamentos
A Umbanda, nossa querida religião anunciada no plano físico em 15 de novembro de 1908, em Neves, Niterói – RJ, pelo espírito que se nominou Caboclo das Sete Encruzilhadas, também recepcionou este processo místico, mítico e religioso da expressão humana. Nos vários terreiros espalhados pelas Terras de Pindorama (nome indígena do Brasil), observamos com fé, respeito e alegria os vários pontos cantados ou curimbas, como queiram, sendo utilizados em labores de cunho religioso ou magístico.
Em realidade os Pontos Cantados são verdadeiros mantras, preces, rogativas, que dinamizam forças da natureza e nos fazem entrar em contato íntimo com as Potências Espirituais que nos regem. Existe toda uma magia e ciência por trás das curimbas que, se entoadas com conhecimento, amor, fé e racionalidade, provoca, através das ondas sonoras, a atração, coesão, harmonização e dinamização de forças astrais sempre presentes em nossas vidas.
A Umbanda é capitaneada por sete Forças Cósmicas Inteligentes, que são as principais e que, por influência dos PretosVelhos, receberam os nomes de Orixás, sendo que a irradiação ou linha de Oxalá, precede todas as demais, razão pela qual as comanda. Todas estas irradiações têm seus pontos cantados próprios, com palavras-chave específicas e a justaposição de termos magísticos, de forma que o responsável pela curimba deve ter conhecimento do fundamento esotérico(oculto) da canção.
Quanto à origem, os pontos cantados dividem-se em Pontos de Raiz(enviados pela espiritualidade), e Pontos terrenos(elaborado por pessoas diretamente). Os Pontos de Raiz ou espirituais jamais podem ser modificados, pois se constituem em termos harmoniosa e metricamente organizados, ou seja, com palavras colocadas em correlação exata, que fazem abrir determinados canais de interação físico-astral, direcionando forças para os mais diversos fins(sempre positivos).
No que concerne aos Pontos cantados terrenos, a Espiritualidade os aceita, desde que pautados na razão, bom senso e fé de quem os compõe.
Pontos Cantados:
Hino da Umbanda, Oxalá, Oxum, Oxosse, Ogum, Xango, Obaluaiê ou Omolu, Iemanjá, Iansã, Nanã, Pretos Velhos/Pretas Velhas, Caboclos/Caboclas, Baianos/Baianas, Ciganos/Ciganas, Crianças(Erês), Boiadeiros, Marinheiros, Exús, Pombagiras.
Classificação dos Pontos cantados e tocados na Umbanda:
Pontos de chamada, Pontos de sustentação, Pontos de saudação ao pai ou mãe de santo, Pontos de firmeza, Pontos de descarrego, Pontos de subida, Pontos de bate cabeça, Pontos de defumação, Pontos de abertura e fechamentos dos trabalhos, Pontos de cura, Ponto de saudação a Pemba, etc.
Lembrando que os pontos cantados podem ser ouvidos pelos mediuns fora do terreiro, mas com responsabilidade, ou seja, sabendo os seus limites.
Uso dos Fumos e Bebidas
A Umbanda costuma ser criticada pelo fato de suas entidades usarem o fumo e as bebidas nas giras(sessões), os detratores aproveitando-se disto para taxarem as entidades de atrasadas ou primitivas.
Vamos aqui explicar e esclarecer o porque do uso de Bebidas e do Fumo pelas entidades da Umbanda:
Fumo
O segredo e a utilização, desses elementos por parte de nossas entidades, o modo como a fumaça é dirigida(magia) tem o seu eró(segredo) e não é como muitos utilizam, para alimentar a vaidade, o vício e a ignorância.
O fumo é a erva mais tradicional da terapêutica psico-espiritual praticada em nossa religião. Originário do mundo novo, os nativos fumavam o tabaco picado e enrolado em suas próprias folhas, ou na de outras plantas, conhecendo o processo de curar e fermentar o fumo, melhorando o gosto e o aroma.
Durante o período físico em que o fumo germina, cresce e se desenvolve, arregimenta as mais variadas energias do solo e do meio ambiente, absorvendo calor, magnetismo, raios infravermelhos e ultravioletas do sol, polarização eletrizante da lua, éter físico, sais minerais, oxigênio, hidrogênio, luminosidade, aroma, fluidos etéreos, cor, vitaminas, nitrogênio, fósforo, potássio e o húmus da terra. Assim, o fumo condensa forte carga etérea e astral que, ao ser liberada pela queima, emana energias que atuam positivamente no mundo oculto, podendo desintegrar fluídos adversos à contextura perispiritual dos encarnados e desencarnados.
O charuto e o cachimbo, ou ainda o cigarro, utilizados pelas entidades filiadas ao trabalho de Oxalá são tão somente defumadores individuais. Lançando a fumaça sobre a aura, os plexos ou feridas, vão os espíritos utilizando sua magia em benefício daqueles que os procuram com fé.
Os solos com textura mais fina, com elevado teor de argila, produzem fumos mais fortes, como os destinados a charutos ou fumos de corda, enquanto os solos mais arenosos produzem fumos leves, para a fabricação de cigarros.
No fabrico dos charutos, as folhas, após o processo de secagem, são reunidas em manocas de 15 a 20 folhas e submetidas a fermentação, destinada a diminuir a percentagem de nicotina, aumentar a combustividade do fumo e uniformizar a sua coloração.
Os tipos de fumo mais utilizados na confecção dos charutos brasileiros são: Brasil-Bahia, Virgínia, Sumatra e Havana.
Nos trabalhos umbandistas a cigarrilha de odor especial é muito utilizada pelas Pombagiras.
Os charutos de fumo grosseiro e forte são peculiares à magia dos Exus, enquanto os charutos de fumo de melhor qualidade são usados por Caboclos, Baianos, Boiadeiros.
Já os Pretos Velhos dão preferência aos cachimbos, nos quais usam diversos tipos de mistura de ervas, como o alecrim, a alfazema e outros, além de utilizarem cigarros de palha, impregnando assim os elementos com a sua própria força espiritual, transformando o tradicional "pito" em um eficiente desagregador de energias negativas. Desta maneira, como o defumador, o charuto ou o cachimbo são instrumentos fundamentais na ação mágica dos trabalhos umbandistas executados pelas entidades. A queima do tabaco não traz nenhum vício tabagista, como dizem alguns, representando apenas um meio de descarrego, um bálsamo vitalizador e ativador dos chacras dos consulentes.
Vemos assim que, como ensinou um Preto Velho, "na fumaça está o segredo dos trabalhos da Umbanda".
Geralmente os Guias não tragam a fumaça, utilizando-a apenas para “defumar” o ambiente e as pessoas através das baforadas, apenas enchem a boca com a fumaça e a expelem sobre o consulente ou para o ar.
A função principal é a de defumar aqueles que chegam até a entidade. Algumas entidades deixam de lado o fumo se a casa for defumada e mantiver sempre aceso algum defumador durante os trabalhos.
Bebidas
O álcool, tem emprego sério na Umbanda. Quando tomado aos goles, em pequenas quantidades, proporciona uma excitação cerebral ao médium, liberando-lhe grande quantidade de substâncias ativadoras cerebrais, acumulada como reserva nos plexos nervosos (entrelaçamento de muitas ramificações de nervos), a qual é aproveitada pelos guias, para poderem trabalhar no plano material.
Deste modo, quando o médium ingere pequena quantidade da bebida, suas idéias e pensamentos, brotam com mais e maior intensidade. É também uma forma em que a entidade se aproveita este momento para ter maior "liberdade de ação".
Os exus são os que mais fazem uso da bebida. Isto se ao fato de, estas linhas utilizarem muito de energias etéricas, extraidas de matéria (alimentos, álcool, etc.), para manipulação de suas magias, para servirem como "combustível" ou "alimento", encontrando então, uma grande fonte desta energia na bebida.
Estas linhas estão mais próximas às vibrações da Terra(faixas vibratórias), onde ainda necessitam destas energias, retiradas da matéria, para poderem realizar seus trabalhos e magias!
O marafo também é usado para limpar/descarregar pontos de pemba ou pólvora usados em descarregos.
O álcool por sua volatibilidade tem ligação com o ar e pode ser usado para retirar energias negativas do médium.
Já o alcool consumido pelo médium também é dissipado durante o trabalho.
Lembrando que o medium incorporado consciente deve aceitar o consumo de bebida e fumo na quantidade que o Guia achar apropriado para trabalhar sem nenhuma interferencia e e lembrando também que depois das entidades subirem levarão tudo, não ficando nenhum efeito na matéria posteriormente.
O Fumo e a Bebida são Indispensáveis?
Podemos sim não utilizar fumo e bebidas.
Só que estes elementos são ferramentas utilizados pelas Entidades(Guias) para os trabalhos, em que não sendo utilizadas haverá uma diminuição da eficiência e rapidez do trabalho, mas ele será realizado também, mais devagar e de forma mais trabalhosa. Será como utilizar apenas as mãos para um determinado trabalho, possível, mas mais trabalhoso. É uma opção do médium, caso o médium não queira trabalhar com o Guia dessa forma ele irá respeitar a decisão, embora como já explicado será menos eficiente, pois tera menos instrumentos de trabalho para agir.
Neste caso pode solicitar apenas que sejam feitas oferendas com estes elementos, ou que um copo com sua bebida seja deixado próximo a ele quando esiver trabalhando incorporado.
Resumindo
O fumo e a bebida possuem Axés(energias), que são utilizadas pelas entidades como instrumentos de trabalhos para descarregos tanto dos consulentes como da matéria do médium incorporado e quando estes desincorporam levam tudo embora, ou seja, não existe possibilidade de afetar os mediuns com vicios.
Pode haver mediuns com problemas de saúde que não pode fumar e beber, ou que nem bebem e fumam , mas suas entidasdes fumam e bebem e nada acontece com aqueles mediuns.
Deixa-se bem claro portanto que existe muita diferença entre as entidades
fumarem e beberem com um propósito de trabalho e um vicio do ser humano.
Diz-se aos mediuns iniciantes a "sua vontade" não é sua mas da entidade que se incorpora, pois a mesma está precisando da energia desses elementos para trabalhar.
Orixás e suas características
A Umbanda é uma religião aberta, muito aberta por sinal. E isto gera uma enormidade de interpretações diferentes para os seus conceitos, inclusive os mais básicos.
Não pretendemos aqui esgotar este assunto, ou qualquer outro referente a Umbanda, entretanto gostaríamos de falar um pouco do que aprendemos e de como interpretamos os ensinamentos que nos foram passados através dos anos de prática e exercício mediúnico junto as entidades de Umbanda.
Lembrando sempre que as diferenças de interpretação são causadas por inúmeros motivos: regionais, missionários, experimentais, etc.
As informações aqui são bem básicas e rústicas para não confundirmos também aqueles que aprenderam de forma diferente.
Os Orixás
Os Orixás não são Deuses como muitas pessoas podem conceber como em outras religiões, mas sim Divindades criadas por um único Deus: Olorun(dentro da corrente Nagô) ou Zambi(dentro da corrente Bantu e das correntes sincréticas).
Na UMBANDA (de uma maneira geral, pois existem variações referentes às diversas ramificações existentes), os Orixás são cultuados como divindades de um plano astral superior, ARUANDA, que na Terra representam às forças da natureza (muitas vezes confundindo-se a força da natureza com o próprio Orixá):Exu: o mensageiro, o ponto de contato entre os Orixás e os seres humanos;Oxalá: o senhor da força, o senhor do poder da vida.Oxum: as águas doces;Iemanjá: a rainha dos peixes das águas salgadas;Iansã: os ventos, chuvas fortes, os relâmpagos;Xango: a força do trovão e o fogo provocado pelos relâmpagos quando (diz uma lenda que "sem Iansã, Xangô não faz fogo ... ") chegam 'a Terra; Ogum ou Ogun: senhor dos caminhos; os desbravador dos caminhos; senhor do ferro; Oxosse: o Orixá Odé, o Orixá caçador, senhor da fartura 'a mesa, senhor da caça;Ossãe ou Ossanha: o Orixá das folhas e, sem folhas, nada é possível na Umbada ou no Candomblé; o dono, preservador, das matas e florestas, das folhas medicinais, das ervas de culto;Obá: a guerreiro, a força da libertade;Nanã: senhora do lodo, das águas lodosas da junção entre o rio e o mar, fonte de vida, e também senhora da morte;Obaluaiê: "O dono da Terra, o Senhor da Terra"; o Orixá das doenças, senhor dos mortos (pois conta uma lenda que Obaluaiê foi o único Orixá que dominou a morte, Iku); é aquele que tira a doença, mas também aquele que dá a doença.Oxumaré: é o Orixá do arco-íris, um dos pontos de ligação entre o Aye (a Terra) e o Orun (o Céu); também representa a fartura, o bem estar.
A cada Orixá está associada uma personalidade e um comportamento diante do mundo e com seus filhos, os quais, são seus protegidos e uma parte das emanações do próprio Orixá, presentes no Orí ou Camatuê (Cabeça) desses filhos.
Orixá, dentro do culto Umbandista (de uma maneira geral) não são incorporados (não se incorpora o fogo de Xangô, os ventos de Iansã, as águas doces de Oxum ...). O que se vê dentro dos vários terreiros, centros, tendas etc, são os Falangeiros dos Orixás (ou também conhecidos como encantados); ou seja, Espíritos (não reencarnacionais) de grande força espiritual (de grande Luz, como alguns gostam de falar) que trabalham sob as Ordens de um determinado Orixá.
Os Falangeiros são os representantes dos Orixás, e, em muitos casos, a essência dos próprios Orixas manifestada nos médiuns, pois sua força é a emanação pura dos Orixás (ou como alguns dizem: são a vibração virginal dos Orixás). Sendo assim, eles podem incorporar nos médiuns, em seus “cavalos”, e mostram sua presença e sua força em nome de um Orixá. Porém, são frágeis (o médium pode perder sua sintonia muito facilmente) e exigem muito dos médiuns, não podendo permanecer por muito tempo em Terra. Podemos utilizar como exemplos de falangeiros:
Ogum
Falangeiros de Ogum
Ogum Beira-Mar, Ogum Megê, Ogum Sete Ondas, Ogum Sete Espadas, Ogum Iara, Ogum Matinata, Ogum Rompe Mato.
Em algumas ramificações da Religião de Umbanda (nas Umbandas de Caboclo, Umbanda branca, Umbanda esotéria e nas Umbandas voltadas ao Espiritismo ou Kardecismo) que não trabalham diretamente com os Orixás , na forma de Falangeiros de Orixás (não estão ligados a uma corrente africana), o trabalho com os Orixás é feito com os Guias (Espíritos reencarnacionais, pois já tiveram vida corpórea) chamados "Capangueiros de Orixás", ou seja, são Guias (entidades que falam, bebem, fumam, dão consultas ...) que vêm na vibração ou emanação daquele Orixá. Na maioria das vezes, são Caboclos que cumprem essa função e carregam o nome do Orixá junto ao deles, como:
Caboclo Ogum Iara; Caboclo Ogum Sete Espadas; Caboclo Ogum Beira-mar; Caboclo Xango das Matas; Caboclo Xango Sete Pedreiras, etc.
Existem casos(talvez por isso cause tanta confusão) que os médiuns não colocam a palavra caboclo na frente do nome do Capangueiro, e acaba saindo Ogum Iara, Ogum Sete Espadas, em vez de Caboclo Ogum Iara, Caboclo Ogum Sete Espadas.
Isso confunde as pessoas e elas acabam achando que estão trabalhando com um Orixá, que o Orixá bebe, fuma, dá consultas etc. Porém, o que está se manifestando alí (com grande força e beleza), são Guias, são os Capangueiros.
Então como diferenciar os Falangeiros dos Orixás e os Guias Capangueiros dos Orixás?
É simples. Os Falangeiros dos Orixás não falam, não bebem, não fumam (na grande maioria dos casos), não dão consultas, e estão vinculados à casas de corrente Africana (casas de Umbanda com fundamentos como feitura, camarinha, boris, obrigações, oferendas, cortes ...). Trabalham na harmonização do terreiro, afastando cargas e no desenvolvimento e equilíbrio dos médiuns. Já os Guias Capangueiros dos Orixás dão consultas, fumam, bebem, e falam (interagem) com os assistenciados (e as casas em que trabalham, em sua grande maioria, não estão vinculados à corrente Africana diretamente).
Só lembrando que todos os guias (Pretos-velhos, Caboclos, Crianças, Boiadeiros, Marinheiros, Baianos, Exus / Pombogiras, ...) trabalham sob as ordem de um Orixá e também podem ser considerados como "Capangueiros".
A diferença entre eles e os Guias Capangueiros dos Orixás é que eles não carregam em seus nomes o próprio nome do Orixá de trabalho.
Dentro da cultura Afro-brasileira é considerada a existência de uma “vida passada na Terra”, na qual os Orixás teriam entrado em contato direto com os seres humanos, aos quais passaram ensinamentos diretos e se mostraram em forma humana.
Essa teria sido uma época muito distante na qual o ser humano necessitava da presença física dos Orixás (um estado presencial em forma humana), pois o ser humano ainda se encontrava em um estágio muito primitivo, tanto materialmente como espiritualmente.Após passarem seus ensinamento voltaram à Aruanda, mas deixaram na Terra sua essência e representatividade nas forças da natureza.
Definição de Orixá
Ori = Coroa; Xá = Luz
A palavra Orixá quer dizer “Coroa Iluminada” ou “Espírito de Luz”. O princípio mais evoluído existente em nosso sistema, manifestado através das forças da natureza.
Para haver um melhor entendimento, esquematizamos um organograma.
Você não encontrará aqui Lendas que expliquem os Orixás, porque a Umbanda não se fundamenta em lendas e sim em observação do funcionamento das forças da natureza. Você não encontrará aqui "pontos riscados" de entidades, porque consideramos o ponto riscado parte integrante da liturgia da Umbanda e portanto não deve ser profanado. Você não encontrará aqui receitas de oferendas, pois somos contra o uso indiscriminado delas. Você encontrará aqui uma simples apresentação dos Orixás. Apenas isto.
ARUANDA = Plano Astral, morada dos Orixás.
ORIXÁS: SUAS CORES E PONTOS DE FORÇA
Obs: Cor dos Orixás corresponde a cor de velas.A cor branca serve pra todos os Orixás, e as roupas usadas na maior parte dos terreiros é o branco representando Oxalá.
Lembrando que estas cores podem variar conforme a regionalidade e o tipo da Umbanda praticada pelo país.
OXALÁ
Representa juntamente com nosso Pai maior – DEUS – e com o ESPÍRITO SANTO, o centro gerador do universo. Sempre quando falamos de UM, falamos dos três e quando falamos dos três, falamos de UM. Oxalá é o primeiro na criação, o branco puro do universo, é o filho de DEUS e o senhor de todas as cores. Mesmo sendo o senhor de todas as cores, tem o branco como a cor de comando, por simbolizar a paz, a pureza, a transparência. O símbolo de Oxalá, na Umbanda, é a Fé, a Cruz de Cristo.
Não há incorporação de Oxalá na Umbanda, somente em Nação(Candomblé).
Os filhos de Oxalá, portanto, são pessoas tranqüilas, com tendência à calma, até nos momentos mais difíceis; conseguem o respeito mesmo sem que se esforcem objetivamente para obtê-lo. São amáveis e pensativos, mas nunca de maneira subserviente. Às vezes chegam a ser autoritários, mas isso acontece com os que têm Orixás guerreiros ou autoritários como adjutores (adjuntós).
Sabem argumentar bem, tendo uma queda para trabalhos que impliquem em organização. Gostam de centralizar tudo em torno de si mesmos. São reservados, mas raramente orgulhosos. Seu defeito mais comum é a teimosia, principalmente quando têm certeza de suas convicções; será difícil convencê-los de que estão errados ou que existem outros caminhos para a resolução de um problema.
No Oxalá mais velho (Oxalufã) a tendência se traduz em ranzinzice e intolerância, enquanto no Oxalá novo (Oxaguiã) tem um certo furor pelo debate e pela argumentação. Para Oxalá, a idéia e o verbo são sempre mais importantes que a ação, não sendo raro encontrá-los em carreiras onde a linguagem (escrita ou falada) seja o ponto fundamental.
Personalidade dos Filhos de Oxalá:
Aspectos Positivos - criativos, generosos, inteligentes, calmos suaves, paternais, sábios e justos.
Aspectos negativos - lentos, mandões, procrastinadores, teimosos, ranzinzas e resmungões
SINCRETISMO: Jesus Cristo
DATA: 25 de dezembro
DIA DA SEMANA: Sexta-Feira.
COR: Branco
PONTOS DE FORÇA: Água e o Ar
FERRAMENTA: Cajado encimado por um Pombo Branco
SÍMBOLO: Estrela de 5 pontas.(Em algumas casas, a Cruz)
SAUDAÇÃO: Êpa Babá(abença Pai)
COMIDA: Canjica de Oxalá, Cuscuz de Milho, Jaca, Arroz Cozido(somente c/ água)
ERVAS: Tapete de Oxalá(Boldo), Saião, Manjericão Branco, Rosa Branca.
FLORES: Lírios brancos e todas as flores que sejam brancas, as rosas de preferência sem espinhos.
LOCAL DAS OFERENDAS: colinas descampadas, campos, montanhas, praias.
ESSÊNCIAS: Aloés, almíscar, lírio, benjoim, flores do campo, flores de laranjeira.
PEDRAS: Diamante, cristal de rocha, perolas brancas.
METAL: Prata(Em algumas casas: platina, ouro branco).
BEBIDA: Água mineral, vinho branco.
OGUM
Representa o ferro e a eterna luta a favor da paz do Universo, a luta do espírito contra a matéria. É o senhor dos caminhos, cujos quartéis estão espalhados por todos os cantos da terra. Orixá do ferro, dos campos de batalha, comandante abaixo de OXALÁ do exercito celestial, patrulheiro das estradas, protetor da Paz Mundial. Sendo guerreiro da paz, nos defende dos ataques do mal, o mal do coração humano, o mal dos sentimentos negativos para com nossos semelhantes, o mal praticado a mãe natureza. Sua mensagem é sempre combater a guerra e levar a paz aos homens em qualquer canto onde houver desavenças. Orixá da energia (ligada a atitude), perseverança, vencedor de demanda, persistência, tenacidade, renascimento (no sentido de capacidade de se reerguer).
Abaixo cito alguns exemplos de qualidades de Ogum:
Ogum Megê – vermelho, branco e preto (trabalha em harmonia com Omulu, na entrada da calunga pequena - cemitério).
Ogum Rompe Mato – Vermelho e verde (trabalha em harmonia completa com Oxoce, na entrada da Mata. Podendo ser cultuado tanto na terça-feira, dia de Ogum, quanto na quinta-feira, dia de Oxosse)
Ogum Beira-Mar – Coral (trabalha na orla marítima em harmonia com Iansã e Iemanjá)
Ogum Iara – azul claro e vermelho (trabalha na cachoeira em harmonia com Oxum)
Ogum de Lei – vinho e branco (trabalha com as Almas em harmonia com Xango, Omolu, Oxum e Ogum Iara).
Características de seus filhos: são persistentes, tem temperamento forte. Determinados e batalhadores.
SINCRETISMO: São Jorge
DATA: 23 de abril
DIA DA SEMANA: Terça-Feira
COR: Vermelho e branco
PONTOS DE FORÇA: campos, caminhos de terra, caminhos de ferro, mas
a energia de Ogum está em todos os lugares.
FERRAMENTA: espada
SÍMBOLO: espadas.
SAUDAÇÃO: Ogunhê(lá vem Ogum, ou Olá Ogum)
COMIDA: Feijoada de Ogum, Cará, Angu de Arroz, Vatapá de Ogum.
ERVAS: Espada de São Jorge, Alecrim do Campo, Guiné, Negramina, Levante.
FLORES: Crista de Galo, cravos e palmas vermelhas.
LOCAL DAS OFERENDAS: Os campos por onde passam os animais, as fazendas, os caminhos de terra, as trilhas nos campos, e os caminhos de ferro.
ESSÊNCIAS: Violeta.
PEDRAS: Granada, Rubi, Sardio. (Em algumas casas: Lápis-Lazúli, Topázio Azul).
METAL: Ferro (Aço e Manganês).
BEBIDA: Cerveja Branca
XANGO
Representa o fogo virginal, o fogo que não queima mas aquece, alimenta e dá vida ao espírito; também representa a pedra e a justiça. Xango é o calor central da terra, é a lava dos vulcões, é o próprio vulcão. Também está ligado ao calor do sol. Representa a justiça divina na condução das decisões do homem. Xango possui sobre seu comando os doze mistérios e encontramos a sua dimensão de poderes em todos os locais da natureza.
Encontramos também outras datas de comemoração porque este Orixá foi sincretizado com outros Santos Católicos, em função de seus desdobramentos, a saber:
Xango Alafim-Eché (São Jerônimo)
Xango Abomi (Santo Antônio)
Xango Alufam (São Pedro - 29 de junho)
Xango Agodô (São João Batista - 24 de junho)
Xango Aganju (São José - 19 de março)
Xango D'Jacutá (sem sincretismo - Regência geral da Linha de Xango).
Características dos seus filhos: Rigidez de pensamento, tem grande senso de justiça, são pessoas metódicas, equilibradas e tem facilidade no estudo.
SINCRETISMO: São Jerônimo
DATA: 30 de setembro/24 de junho
DIA DA SEMANA: Quarta-feira
COR: Marrom
PONTOS DE FORÇA: Pedras, Pedreiras
FERRAMENTA: Oxé(seu machado de poder contendo duas faces cortantes).
SÍMBOLO: machados.
SAUDAÇÃO: Kaô Kabecilê(venham ver sua majestade)
COMIDA: Caruru, Rabada com polenta(feita com dendê).
ERVAS: Erva de São João, Erva de Santa Maria, Cordão de Frade, Jarrinha, Erva de Bicho.
FLORES: Cravos Vermelhos e brancos
LOCAL DAS OFERENDAS: Pedreiras
ESSÊNCIAS: Cravo(flor).
PEDRAS: pirita, jaspe.
METAL: estanho.
BEBIDA: Cerveja Preta.
OXOSSE
É o gerador de alimentos, as florestas sortunas que são derrubadas, mas que pela força de Oxosse sempre estão resurgindo. Representa também os animais selvagens espalhados pelos quatro cantos do mundo. É o Orixá senhor da matas virgens, o caçador da corte celestial, o grande guerreiro que luta pela busca do nosso pão e defensor de nosso teto. É aquele que caça as boas influências, das energias positivas para os trabalhadores de uma aldeia, de uma casa de santo. É sempre homenageado com o melhor das colheitas, caça e com as melhores frutas. Orixá representado pelas legiões de caboclos da natureza, que estão espalhados em todos os locais. Orixá da saúde, prosperidade, força, energia (ligada a saúde), farmacopéia (farmácia), nutrição É o “caçador” do Axé.
Características de seus filhos: meio fechados, gostam de viver no seu próprio meio. Gostam de contemplar a natureza. Geralmente são pessoas desconfiadas, mas que quando confiam são amigos fiés. Trabalhadores incansáveis.
SINCRETISMO: São Sebastião
DATA: 20 de janeiro
DIA DA SEMANA: Quinta-feira
COR: Verde
PONTOS DE FORÇA: Matas virgens
FERRAMENTA: Ofá(o arco e a flecha).
SÍMBOLO: o arco e a flecha, flecha.
SAUDAÇÃO: Oke Aro(salve o caçador)
COMIDA: frutas(não cítricas), Moranga, Abóbora com Camarão Seco, Canjica de Milho Verde, Axoxô – milho com fatias de coco, milho cozido com mel de abelha, mandioca cozida.
ERVAS: Samambaias, Alecrim, Guiné, Abre Caminho, Taioba, Espinheira Santa, Jurema, Mangueira, Alfavaca, Eucalipto.
FLORES: Flores do campo.
LOCAL DAS OFERENDAS: Matas e florestas virgens
ESSÊNCIAS: Alecrim.
PEDRAS: Esmeralda, Amazonita, Turquesa, Quartzo Verde, Calcita Verde.
METAL: Bronze(Latão).
BEBIDA: cerveja branca, vinho tinto ou aluá(cachaça de milho).
OXUM
Deusa da fecundidade(fertilidade); é a mãe do ouro, senhora das águas cristalinas e que comanda as cachoeiras, representando a força da vida. É o símbolo do amor, é a pureza das águas que mata nossa sede e que sustenta nossa vida. Oxum tem a missão de zelar pelos nascimentos; a vida intra-uterina de um ser vivo começa na água contida dentro do útero materno, e por esse motivo, zela pelos seres vivos enquanto ainda em gestação no ventre de suas mães, e esta proteção estende-se ao ser vivo após o seu nascimento, enquanto não estiver integrado ao mundo. Também participa do processo de alimentação de todos os seres vivos, nos doando a água que alimenta e mantém vivo o planeta, seres e vegetais. Oxum é a força dos mistérios que envolve a água, e conjuga todas as energias que vem das águas cristalinas e caminham de encontro com o mar. Por este motivo, reina ao lado de Iemanjá, as águas doces e nos mares.
Características dos seus filhos: Docilidade, sensibilidade (choram com facilidade), místicos.
SINCRETISMO: Nossa Senhora Aparecida(SP) / Nossa Senhora da Conceição(algumas regiões do Brasil)
DATA: 15 de agosto
DIA DA SEMANA: Sábado
COR: Azul escuro ou roxo
PONTOS DE FORÇA: Cachoeiras e Rios(calmos).
SÍMBOLO: Coração
FERRAMENTA: Abebé dourado com espelho.
SAUDAÇÃO: Aieiêo Mamãe Oxum(calma mamãe Oxum)
COMIDA: Omolocum. Ipeté, Quindim, banana frita, moqueca de peixe e pirão feito com a cabeça do peixe.
ERVAS: Maçaça, Lírio do campo, Flor de laranjeira
FLORES:
LOCAL DAS OFERENDAS: Cachoeiras, Rios(calmos).
ESSÊNCIAS: Lírio.
PEDRAS: Topázio.
METAL: Ouro.
BEBIDA: água mineral.
IANSÃ
Deusa da espada de fogo, é a senhora dos ventos, dos raios, das tempestades, dos ciclones, dos furacões e dos vendavais. É o poder do movimento que nasce do encontro do ar com o calor da terra e com os vapores suspensos das águas, e que forma uma poderosíssima força no movimento das energias que formam os raios. Esta poderosa mãe, ao lado de OGUM forma a força do exército celestial na defesa do planeta terra, protegendo as cidades, as nossas casas e tudo mais que existe. Aonde estivermos, ali existirá vento, ali IANSÃ estará presente.
Características dos seus filhos: Mudança de pensamento(jogo de cintura), facilidade de falar, de se comunicar, de interagir. Pessoas geralmente bastante flexíveis (abertas) as novidades e mudanças.
SINCRETISMO: Santa Bárbara
DATA: 04 de dezembro
DIA DA SEMANA: Quarta-feira ou Sábado.
COR: Amarelo ouro.
PONTOS DE FORÇA: Ventos, raios e tempestades
FERRAMENTA: Espada de Iansã, Eruexim-cabo de ferro ou cobre com um rabo de cavalo.
SÍMBOLO: Raio
SAUDAÇÃO: Êparrey Oyá
COMIDA: Acarajé, Ipetê, Bobó de Inhame.
ERVAS: Bambu amarelo, Espada de Iansã, Cana do Brejo, Folha da Canela.
FLORES: Amarelas ou corais.
LOCAL DAS OFERENDAS: Pedreiras, locais de pedras em beira dos rios, cachoeiras ou mar, Bambuzal.
ESSÊNCIAS: Patchouli.
PEDRAS: Coral, Cornalina, Rubi, Granada.
METAL: Cobre.
BEBIDA: Champanhe
IEMANJÁ
É a mãe das águas primeiras, que precedem a forma e sustentam a criação. É a força do principio, a mãe do mundo. É a senhora dos mares e simboliza o coração do planeta terra. É o Orixá que comanda a Calunga Grande(mar) e que sustenta uma parte fundamental da vida, no seu infinito circulo de geração e manutenção da vida no planeta. Iemanjá é a onda do mar, o maremoto, a ressaca do mar, a maré alta e a baixa, as ondas gigantes cavalgando as montanhas submersas, as correntes de águas quentes e geladas dos oceanos que vagueiam pelos sete mares. Iemanjá são os bilhões de seres vivos que vivem e morrem nos mares dando seqüência à eterna cadeia alimentar oceânica. Iemanjá significa a “mãe que tem filhos peixes”. Comanda legiões de caboclos e caboclas espalhados pelos sete mares do mundo, legiões estas ligadas aos bilhões de formas de vidas existentes no mais profundo mar. Iemanjá, ao lado de Xango alimenta e move a natureza.
Características de seus filhos de Iemanjá: Dinheiro com facilidade (quando não tem, aparece), não aparentar a idade que tem, "espírito" maternal, gosta do poder.
SINCRETISMO: Nossa Senhora dos Navegantes(algumas regiões do Brasil) Nossa Senhora da Glória(RJ) / Nossa Senhora da Conceição(SP)
DATA: 08 de dezembro
DIA DA SEMANA: Sábado
COR: Azul Claro e Branco
PONTOS DE FORÇA: Calunga grande(mares)
FERRAMENTA: Abebé prateado com espelho(leque prateado).
SÍMBOLO: Ancora, Peixes, Ondas do mar.
SAUDAÇÃO: Odoiá ou Odociabá, no Afro
quer dizer Odoyá(Odo=Rio, Ya=Mãe - Mãe do Rio) ou Odofeyaba:
Odo = Rio Fe = Amada; Yabá = Iyààgba= Senhora - Amada Senhora do Rio.
COMIDA: Manjar branco, Peixe, Camarão, Canjica, Arroz,
ERVAS: Alfazema, Pata de Vaca, Embaúba, Abebê, Jarrinha, Golfo, Rama de Leite
FLORES: Rosas brancas, palmas brancas, angélicas, orquídeas, crisântemos brancos.
LOCAL DAS OFERENDAS: beira da Praia, Mar
ESSÊNCIAS: Alfazema, Jasmim, Rosa Branca, Orquídea, Crisântemo.
PEDRAS: Pérola, Água Marinha, Lápis-Lazúli, Calcedônia, Turquesa.
METAL: Prata.
BEBIDA: Água mineral ou Champanhe
OBALUAIÊ/OMOLU
Obaluyaê= Oba(Rei), Luaye(Céu e Terra).
Obaluaiê é o Rei, dono, senhor da vida na terra; Omolu é o Rei, dono, senhor da vida. Sua “arma” (emblema) é o sàsàrà, espécie de cetro de mão, feito de nervuras da palha do dendezeiro, enfeitado com búzios e contas, em que ele capta das casas e das pessoas as energias negativas, bem como “varre” as doenças, impurezas e males sobrenaturais. Esta representação nos mostra sua ligação com a terra, com o tronco e com as raízes das árvores pela ligação das mesmas com a terra. Suas cores são o branco e preto como Obaluaiê, e o preto e branco como Omolu. Ambos controlam as forças da terra, onde dão sustentação aos ligamentos de pedra e água. Comandam as legiões dos pretos velhos, que chamamos “anciões” de nossa Umbanda. O símbolo de Obaluaiê e Omolu é o tridente cruzado, e o cruzeiro; principalmente o cruzeiro de beira de estrada ou no alto do morro, ou na porta do cemitério, ou ainda o cruzeiro dos cemitérios. Orixá de transformação energética, de toda energia produzida de forma natural ou artificial, quer dizer, a energia natural é toda aquela emanada da natureza ou do nosso próprio pensamento e a artificial é a fabricada (oferendas). Ele transforma tudo e descarrega para terra.
Orixá da transição para a vida astral. Senhor dos segredos da vida e da morte. Mestre das Almas.
Se Exu é o grande manipulador das forças de magia, o Sr.Omolu é o Mestre.
Quando desencarnamos tem sempre um enviado de Omolu do nosso lado, por isso é que ele sempre diz que temos que resgatar a nossa dívida; temos que agir efetivamente para resgatarmos o nosso Karma.
OBS.: Obaluaiê é um desdobramento de Omolu, vibrando em forma mais jovem. Não se trata de outro Orixá, mas sim de um desdobramento.
Características dos seus filhos: Pessoas fechadas, que passam por grandes transformações na vida, normalmente ligadas a perdas. São protegidos contra qualquer tipo de magia. A mediunidade é aguçada desde muito jovem.
SINCRETISMO: São Lázaro(Obaluaiê); São Roque(Omolu)
DATA: 17 de dezembro
DIA DA SEMANA: Segunda-feira
COR: Branco e preto(Obaluaiê); Preto e branco(Omolu).
PONTOS DE FORÇA: Cemitérios(Calunga pequena).
FERRAMENTA: Xaxará, Cajado
SÍMBOLO: Cruzeiro.
SAUDAÇÃO: Atotô(respeito, silêncio) - Atotô Obaluaiê quer dizer "Escutai Rei do Céu e da Terra".
COMIDA: Canjica com pau de dendezeiro, Pipoca, Feijão preto, carne de porco, Abadô - amendoim pilado e torrado, latipá - folha de mostarda, Ibêrem - bolo de milho envolvido na folha de bananeira.
ERVAS: Erva de bicho, Mamona, Canela de Velho, Erva de Passarinho, Barba de Milho, Barba de Velho, Cinco Chagas, Fortuna, Hera.
FLORES: Monsenhor branco.
LOCAL DAS OFERENDAS: Cruzeiros de cemitérios, de beira de estrada de terra, praia.
ESSÊNCIAS: Cravo e Menta.
PEDRAS: Obsidiana, Ônix, Olho-de-gato.
METAL: Chumbo.
BEBIDA: vinho tinto, vinho com mel, cachaça com mel.
NANÃ
Conhecida por Nanã Buruquê ou Nanã Burucum.
A Deusa dos mistérios, tem sua origem simultânea com a criação do mundo, pois antes da terra ser formada, o barro, os pântanos, a lama do fundo dos rios e os grandes lagos já existiam. Nanã consegue sintetizar em si , morte, fecundidade e riqueza. Sendo a mais antiga dos ORIXÁS, (das divindades das águas) representa a memória das raças. Nanã é o principio, o meio e o fim; o nascimento, a vida e a morte; Ela é origem e poder. É a água parada, a água da vida e da morte; as águas paradas e lamacentas dos pântanos (que tem aparência morta); ninguém imagina que por detrás daquelas águas possa existir vida, que sob a benção de Nanã darão origem a inúmeras plantas e vidas animais. Nanã é o começo porque Nanã é o barro e o barro é a vida que resulta da soma da terra mais a água. Nanã é o inicio porque é a terra úmida em cujo ventre serão germinadas as sementes que alimentam os bilhões de seres viventes deste planeta. Nanã é a terra úmida que recebe e acalenta os corpos dos seres vivos, dos vegetais, recebe corpos e grãos para prepará-los para o renascimento e florescimento, pois que enquanto estiverem abaixo da terra, sem receber a luz do sol, estão sob o domínio de Nanã. Também tem o poder da cura e controla um dos ligamentos com a morte, condição para o renascimento e para a fecundidade na terra.
SINCRETISMO: Nossa Senhora de Santana
DATA: 26 de julho
DIA DA SEMANA: Segunda-feira ou Sábado.
COR: Lilás
PONTOS DE FORÇA: pântanos e águas paradas, lagoas e locais de origem dagua sem rio.
FERRAMENTA: Ibiri(cetro - Vassoura de palha da costa com palitos de dendezeiro).
SÍMBOLO: Cruz.
SAUDAÇÃO: Salubá Nanã
COMIDA: Feijão Preto com Purê de Batata doce, Aberum. Mungunzá, Caruru sem azeite
ERVAS: Manjericão Roxo, Colônia, Ipê Roxo, Folha da Quaresma, Erva de Passarinho, Dama da Noite, Canela de velho, Salsa da Praia, Manacá.
FLORES: Todas as flores roxas.
LOCAL DAS OFERENDAS: Pântanos, Beira de lagoas com águas paradas, Mangues
ESSÊNCIAS: Lírio, Orquídea, limão, narciso, dália.
PEDRAS: Ametista, cacoxenita, tanzanita.
METAL: Latão ou Níquel.
BEBIDA: água mineral, Champanhe.
Entidades e suas caracteristicas
Entidades e suas caracteristicas
Obs: Assim como a Doutrina da Umbanda objetiva, as entidades ou guias de Umbanda realizam seus trabalhos de Caridade incorporados em seus cavalos(aparelhos ou materia) para ajuda espiritual através de passes, aconselhamentos, descarregos, curas, atendimentos estes realizados sem qualquer tipo de cobranças em dinheiro ou oferenda com matança de animais que é proibida e tb deve se evitar as pessoas usar entidades de Umbanda pra futurologia, a não ser que entidade queira por livre vontade dizer algo a pessoa, pois nem tudo é autorizado a eles dizerem e assim como acertam muito tb podem errar, pois o destino a Deus pertence.Lembrando também que é proibido na Umbanda pela sua doutrina trabalhos de amarração ou magias que interfiram no livre arbitrio das pessoas, alem disto não ser uma caridade(ajuda) traz prejuizos as pessoas e gera pesado kharma a quem faz, pois é considerado pelo plano astral superior como magia negra.
Linha de Esquerda
Exus
Exus são entidades de energia mais densa que trabalham na Linha de Esquerda na Umbanda, são os espiritos que melhor nos entendem, pois conhecem o problema humano e estão mais próximos do nosso plano terrestre tem algumas caracteristicas parecidas com ser humano alguns serios outros risonhos e ironicos, mas sempre muito uteis.
Existem os Exus masculinos e Exus femininos(Pombagiras).
Sãu fundamentais na Umbanda para trabalharem com descarregos pesados,
descarregando a assistência e mediuns afastando energias negativas mais pesadas, afastando encostos(Kiumbas ou Obsessores) e desfazendo trabalhos prejudiciais(Magia negra) que foram feitos as pessoas, por isso são chamados de tropa de choque espiritual, os soldados na Umbanda.
Sua obrigação (pequena oferenda uma vela vermelha ou preta e um copo de pinga) a Exus Guardiões antes de começar a gira e muito comum em terreiros são os que guardam a Tronqueira ou Porteira dos terreiros para proteção dos trabalhos.
As suas obrigações são feitas em locais apropriados como Terreiros, Encruzilhadas, Matas Estradas, Cemiterios(Calunga Pequena) e nunca dentro de casa.
As falanges de Exus são grandes e divididas entre os das Encruzilhada, da Estrada, do Cemitério(Calunga Pequena) e a chamada Linha de Malandros(Zé Pilintra) entre eles estão:
Exu Veludo, Exu Caveira, ExuTranca Rua, Exu do Cruzeiro, Exu do Lodo, Exu da Meia Noite, Exu Mangueira, Exu Giramundo, Exu Tiriri, Exu Marabô, Exu Morcego, Exu da Praia, Exu Sete Covas, Exu Porteira, Exu Sete Catacumbas, e muitas outras falanges.
Sua cor é Vermelho e Preto e suas guias tambem é vermelha e preta.
Sua roupa da mesma cor.
Pombagiras
Na Umbanda manifestam na Linha de Esquerda assim como os exus, as pombagiras representam o lado feminino dos exus, a espontaneidade da mulher na sua essência: feminilidade, fertilidade, sensualidade.
Gostam de ser bem tratadas, mas nunca se vendem.
Vaidosas, gostam de exibir suas vestes e pertences nas Festas de Exu onde dançam graciosamente, conduzindo a todos que assistem, a um clima de descontração e alegria.
São muito diretas e francas nas palavras, atuam muito na ajuda de amor , dando conselhos, gostam muito de conversar com o jeito delas, algumas mais sérias outras mais sorridentes, mas sempre muito sinceras.
Na sua maioria foram mulheres comuns e anônimas. Pelo fato de contrariarem normas e costumes da época, tiveram que sobreviver às custas do próprio trabalho: muitas foram trabalhar em cabarés; outras ganhavam a vida lendo a sorte; ou ainda aquelas que fizeram da dança um meio de vida.
É muito importante distinguir as Pombagiras das Quiumbas. A primeira tem um compromisso moral e espiritual com a religião, enquanto a segunda, ainda não consegue discernir entre o bem e o mal, se prestando a qualquer tipo de magia.
As pombagiras auxiliam seus fies nos casos de amor, dificuldades financeiras e sociais e de um jeito muito peculiar, aconselham e ajudam na solução desses e outros problemas.
Todo médium de Umbanda tem a sua pombagira que o acompanha na atual existência.trabalham ativamente pela evolução moral e espiritual daqueles que as tratam comdedicação e respeito.
Gostam de ganhar perfumes, cigarros, cigarrilhas, pulseiras, champanhes, licores, brincos e tudo mais que exalte a beleza e o poder de sedução da mulher.
Suas cores são o preto e o vermelho, simbolizando o equilíbrio entre o positivo e o negativo, mas gostam também de roupas coloridas e estampadas. Tudo depende da linha que Elas trabalham.
Adoram flores, mas tem pela rosa vermelha a predileção, graças ao fato desta flor representar paixão e audácia.
Existem muitas falanges delas assim como acontece nos exus, sendo
algumas da Calunga Pequena, Encruzilhadas, Estradas, da Mata e
Praia:
Pombadira do Cruzeiro, do Cais, da Calunga, do Cemitério, Padilha, Mulambo, Cigana, Ciganinha, Rosa Maria, Maria Rosa, Rosa Vermelha, Rosa do Cruzeiro, Rosa Caveira, Sete Véus, das Sete Encruzilhadas, Pombagira da Estrada, Pombagira Menina, Pombagira da Praia, Pombagira da Figueira, e muitas outras falanges.
Exus Mirins e Pombagiras Mirins
Trabalham também dentro da Linha de Esquerda em alguns terreiros de Umbanda(não todos), manifestando-se como crianças travessas, brincalhonas, espertas e extrovertidas, mas que bebem e fumam como exus, são muito sinceros e francos, também dão passes e conselhos. Apesar de serem bem “agitados”, sua manifestação deve estar sempre dentro do bom - senso, afinal dentro de uma casa de luz, uma verdadeira casa de Umbanda, eles sempre manifestam - se para a prática do bem sobre comando direto dos Exus e Pombagiras guardiões da casa.Podemos dizer que os Exus e Pombagiras estão para os Exus Mirins e Pombagiras Mirins como os Pretos Velhos estão para as crianças da Linha de Cosme e Damião.
Quando respeitados, bem direcionados e doutrinados pelos Exus e Pombagiras da casa, tornam-se ótimos trabalhadores, realizando trabalhos magníficos de limpeza astral, cura, quebras de demandas, etc. Utilizam-se de elementos magísticos comuns à linha de esquerda, como a pinga (normalmente misturado ao mel), o cigarro, cigarrilhas e charutos, a vela bicolor vermelhae preta, etc.Uma força muito grande que Exu-Mirim e Pombagira Mirim traz, é a força de “desenrolar” a nossa vida(fator desenrolador), levando todas as nossas complicações pessoais e “enrolações” para bem longe. Também são ótimos para acharem e revelarem trabalhos ou forças "negativas" que estejam atuando contra nós, "desocultando -as" e acabando com essas atuações.
A Umbanda vai além da manifestação de espíritos desencarnados, atuando e interagindo com realidades da vida muitas vezes inacessíveis a espíritos humanos. Muitas vezes eles e elas tem acesso a campos e energias que os outros guias espirituais não têm.
Malandros e Malandras
Trabalham dentro da Linha de Esquerda em alguns terreiros de Umbanda(não todos) e são tratados muitas vezes como Exus, mas os Malandros não são Exus de fato. Essa idéia existe porque quando não são homenageados em festas ou sessões particulares, manifestam-se tranqüilamente nas sessões de Exu e parecem um deles.
Os Malandros são espíritos que tem suas próprias caracteristicas e jeito de manifestar e falar bem diferentes dos exus. Pode-se citar alguns nomes a mais conhecida falange deles a do Zé Pilintra, mas tem também Zé Malandro, Zé do Coco, Zé da Luz, Zé de Légua, Zé Moreno, Zé Pereira, Zé Pretinho, Malandrinho, Camisa Listrada, e outros.
São cordiais, alegres, dançam a maior parte do tempo quando se apresentam, usam chapéus ao estilo Panamá e sua tradicional vestimenta: Calça Branca, sapato branco(ou branco e vermelho), seu terno branco, sua gravata vermelha, seu chapéu branco com uma fita vermelha ou chapéu de palha e finalmente sua bengala, mas a maioria gosta mesmo é de roupas leves, camisas de seda. Bebem de tudo, da Cachaça ao Whisky, fumam na maioria das vezes cigarros, mas utilizam também o charuto. Gostam de dançar gingando as pernas e corpo como se fosse parecido com a gafieira.
Pode-se notar o apelo popular e a simplicidade das palavras e dos termos com os quais são compostos os pontos e cantigas dessas entidades. Assim é o malandro, simples, amigo, leal, verdadeiro. Se você pensa que pode enganá-lo, ele o desmascara sem a menor cerimônia na frente de todos. Apesar da figura do malandro, do jogador, do arruaceiro, detesta que façam mal ou enganem aos demais.
Podem se envolver com qualquer tipo de assunto e têm capacidade espiritual bastante elevada para resolvê-los, podem curar, desamarrar, desmanchar, como podem proteger e abrir caminhos. Têm sempre grandes amigos entre os que os vão visitar em suas sessões ou festas. Gosta muito de ser agradado com presentes, festas, ter sua roupa completa, é muito vaidoso, tem duas características marcantes:Uma é de ser muito brincalhão, gosta muito de dançar, gosta muito da presença de mulheres, gosta de elogiá-las ,etc.Outra é ficar mais sério parado num canto observando os movimentos ao seu redor, mas sem perder suas características.Existem também as manifestações femininas da malandragem, a Maria Navalha é um bom exemplo. Manifesta-se com as características semelhantes aos malandros, dança gingando ou sambando, bebe e fuma da mesma maneira. Apesar do aspecto, demonstram sempre muita feminilidade, são vaidosas, gostam de presentes bonitos, de flores principalmente vermelhas e vestem-se sempre muito bem.Seu ponto de força é na subida de morros, esquinas, encruzilhadas e até em cemitérios, pois ele trabalha muito com as almas, assim como é de característica na linha dos pretos velhos e exus. Sua imagem costuma ficar na porta de entrada dos terreiros, pois ele também toma conta das portas, das entradas, etc...É muito conhecido por sua irreverência, suas guias podem ser de vários tipos, desde coquinhos com olho de Exu, até vermelho e preto, vermelho e branco ou preto e branco.
Linhas da Direita
Caboclos e Caboclas
Na Umbanda, os Caboclos constituem uma falange e, como tal, penetram emtodas as linhas, atuando em diversas virações. Entretanto, cada um deles tem uma vibração originária, que pode ser ou não aquela em que ele atua.
Antigamente existia a concepção de que todo Caboclo seria um Oxosse, ou seja, viria sob a vibração deste Orixá. Porém em nossa percepção, compreendemos que Caboclos diferentes, possuem vibrações originais diferentes, podendo se apresentar sob a vibração de Ogum, de Xangô, de Oxosse ou Omolu. Já as Caboclas, podem se apresentar sob as vibrações de Iemanjá, de Oxum, de Iansã ou de Nanã. Não há necessidade da vibração do Caboclo-guia, coincidir com a do Orixá dono da coroa do médium: o guia pode ser, por exemplo, de Ogum, e atuar em um médiun que é filho de Oxosse; apenas neste caso, a entidade, embora sendo de Ogum, assimilará a vibração de Oxosse. Originalmente, a palavra Caboclo significa mestiço de Branco com Índio mas, na percepção umbandista, refere-se aos indígenas que em épocas remotas habitaram diversas partes do planeta, como civilizações aparentemente primitivas, mas na realidade de grande sabedoria. Espíritos que, embora em sua encarnações tenham vivido em outros países, identificam-se espiritualmente na vibração dos Caboclos, como por exemplo, os índios Americanos, os Astecas, os Maias, os Incas e demais indígenas que povoaram a América do Sul.
Falar em Caboclos na Umbanda, é fazer menção a todos eles que, com denominações diversas, atuam em nossos terreiros e que, com humildade, como muito bem recomenda a espiritualidade, omitem detalhes referentes às suas vidas quando encarnados
Existem muitas falanges de Caboclos é a maior da Umbanda, existem vários Caboclos e Caboclas pra cada Linha de Orixás e muitos vem como Falangeiros de Orixás, sendo Oxosse por ser Orixá da mata é a linha que concentra maior quantidade de Caboclos e Caboclas.
Os caboclos, são muito conhecidos na Umbanda, pelos seus passes aliviadores e relaxantes, pelos seus conhecimentos quanto a doenças, e por muitas outras coisas, normalmente foram espiritos de indios e pajés curandeiros.
Existem também os Curumim(filho de caboclo/cabocla, criança) que podem se manifestar em alguns mediuns, seja na gira de caboclos ou às vezes na gira de Cosme Damião(Crianças).
Pretos Velhos e Pretas Velhas
São da linha das Almas representada por Omolu ou Obaluaiê, os vovôs e as vovós ou pais e mães como são chamados, são entidades de grande sabedoria
e seriedade passando muita tranquilidade e serenidade a quem atendem dando muitos conselhos, representam a força, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade, são um ponto de referência para todos aqueles que necessitam: curam, ensinam, educam pessoas e espíritos sem luz.
Quando um Preto Velho ou Preta Velha lhe diz uma coisa, preste muita atenção por que é muito importante, é claro que o que dizem as outras entidades também é de extrema importancia.
Só dizem o necessário, e nem sempre o que você quer ouvir.
São pessoas queridas dentro da Umbanda, e que dão passes e descarrega o
terreiro e a quem nele está de forma impressionante, meio que inexplicavel, só vendo e sentindo pra entender.
Se você entra num terreiro e ver mediuns com um cachimbinho na boca sentados no banquinho(toco) dando conselhos e uma energia muito positiva no ar, pode saber que é gira dos Pretos Velhos e Pretas Velhas.
Eles representam a humildade, não têm raiva ou ódio pelas humilhações, atrocidades e torturas a que foram submetidos no passado.
Com seus cachimbos, fala pousada, tranqüilidade nos gestos, eles escutam e ajudam àqueles que necessitam, independentes de sua cor, idade, sexo e de religião.
Não se pode dizer que em sua totalidade que esses espíritos são diretamente os mesmos Pretos Velhos da escravidão. Pois, no processo cíclico da reencarnação passaram por muitas vidas anteriores foram: negros escravos, filósofos, médicos, ricos, pobres, iluminados, e outros. Mas, para ajudar aqueles que necessitam escolheram ou foram escolhidos para voltar a terra em forma incorporada de Preto Velho.Outros, nem Pretos Velhos foram, mas escolheram como missão voltar nessa pseudo forma.
Este comentário pode deixar algumas pessoas, do culto e fora dele, meio confusas: "então o Preto Velho não é Preto Velho, ou é, ou o que acontece???".
O espírito que evoluiu tem a capacidade de se por como qualquer forma passada, pois ele é energia viva e conduzente de luz, a forma é apenas uma conseqüência do que eles tenham que fazer na terra. Esses espíritos podem se apresentar, por exemplo, em lugares como um médico e em outros como um preto-velho ou até mesmo um caboclo ou exu. Tudo isso vai de acordo com o seu trabalho, sua missão. Não é uma forma de enganar ou má fé com relação àqueles que acreditam, muito pelo contrário, quando se conversa sinceramente, eles mesmos nos dizem quem são, caso tenham autorização.
Por isso, se você for falar com um Preto Velho, tenha humildade e saiba escutar, não queira milagres ou que ele resolva seus problemas, como em um passe de mágica, entenda que qualquer solução tem o princípio dentro de você mesmo, tenha fé, acredite em você, tenha amor a Deus e a você mesmo.
Para muitos os pretos-velhos são conselheiros mostrando a vida e seus caminhos; para outros, são psicólogos, amigos, confidentes, mentores espirituais; para outros, são os exorcistas que lutam com suas mirongas, banhos de ervas, pontos de fogo, pontos riscados e outros, apoiados pelos exus de lei (exus de luz) desfazendo trabalhos e contra as forças negativas (o mal), espíritos obsessores e contra os espíritos sem luz que trabalham na corrente negativa que levam os homens ao lado negativo e a destruição.
Os Pretos Velhos levam a força de Deus(Zambi) a todos que queiram apender e encontrar uma fé. Sem ver a quem, sem julgar, ou colocando pecados. Mostrando que o amor a Deus, o respeito ao próximo e a si mesmo, o amor próprio, a força de vontade e o encarar o ciclo da reencarnação podem aliviar os sofrimentos do karma e elevar o espírito para a luz divina. Fazendo com que as pessoas entendam e encarem seus problemas e procurem suas soluções da melhor maneira possível dentro da lei do dharma e da causa e efeito.
Eles aliviam o fardo espiritual de cada pessoa fazendo com que ela se fortaleça espiritualmente. Se a pessoa se fortalece e cresce consegue carregar mais comodamente o peso de seus sofrimentos. Ao passo que se ela se entrega ao sofrimento e ao desespero enfraquece e sucumbe por terra pelo peso que carrega. Então cada um pode fazer com que seu sofrimento diminua ou aumente de acordo com encare seu destino e os acontecimentos de sua vida.
Baianos e Baianas
São pessoas quer viveram na Bahia(geralmente) ou Nordeste de forma geral, e que vêm ao terreiro para passar seu Axé, e sua energia positiva na forma de passes e conselhos.
A alegria que essa gira nos traz é contagiante, gostam muito de dançar.
Os conselhos dados aos consulentes e médiuns demonstram uma firmeza de caráter e uma força digna de quem soube aproveitar as lições recebidas de uma vida sofrida e de luta.
Têm ainda um trânsito muito bom pelos caminhos de exu, podendo trabalhar na esquerda a qualquer momento em que se torne necessário também.Cientes dessa valiosa capacidade sempre contamos com eles para um desmanche de demanda ou mesmo sérios trabalhos em que a magia negra esteja envolvida.
O Baiano representa a força do fragilizado, o que sofreu e aprendeu na "escola da vida" e, portanto, pode ajudar as pessoas. O reconhecido caráter de bravura e irreverência do nordestino migrante parece ser responsável pelo fato de os baianos terem se tornado uma entidade de grande freqüência e importância nas giras paulistas e de todo o país, nos últimos anos.
Conhecem de tudo um pouco, por isso podem trabalhar tanto na direita desfazendo feitiços, quanto na esquerda.
Quando se referem aos Exus usam o termo "Meu Cumpadre", com quem tem grande afinidade e proximidade, costumam trazer recados do povo da rua, alguns costumam adentrar na Tronqueira para algum "trabalho". Enfrentam os invasores (kiumbas, obsessores) de frente, chamando para si toda a carga com falas do gênero "venha me enfrentar, vamos vê se tu pode comigo". Buscam sempre o encaminhamento e doutrinação, mas quando o Zombeteiro não aceita e insiste em perturbar algum médium ou consulente, então o Baiano se encarrega de "amarrá-lo" para que não mais perturbe ou até o dia que tenha se redimido e queira realmente ser ajudado. Costumam dizer que se estão alí "trabalhando" é porque não foram santos em seu tempo na terra, e também estão alí para passarem um pouco do que sabem e principalmente aprenderem com o povo da terra.
São amigos e gostam de conversar e contar causos, mas também sabem dar broncas quando vêem alguma coisa errada.
Nas giras eles se apresentam com forte traço regionalista, principalmente em seu modo de falar cantado, diferente, eles são “do tipo que não levam desaforo pra casa”, possuem uma capacidade de ouvir e aconselhar, conversando bastante, passam segurança ao consulente que tem fé.
Os trabalhos com a corrente dos Baianos, trazem muita paz, passando perseverança, para vencermos as dificuldades de nossa jornada terrena.
A Entidade pode vir na linha de Baianos e não ser necessariamente da Bahia, da mesma forma que na linha das crianças nem todas as entidades são realmente crianças.
Os Baianos são das mais humanas entidades dentro do terreiro, por falar e sentir a maioria dos sentimentos dos seus consulentes. Talvez por sua forma fervorosa de se apresentar em seus trabalhados no terreiro, aparentem ser uma das entidades, mais fortes ou dotadas de grande energia (e na verdade são), mas na umbanda não existe o mais forte ou fraco são todos iguais, só a forma do trabalho é que muda.Nesta gira manifestam também os Cangaceiros.
Marinheiros
Tem uma manifestação bem caracteristica, de certa forma engraçada, porque parecem que estão bebados, pois chegam cambaleantes aos terreiros,
sua alegria é contagiante, abraçam a todos brincando sempre, com aquele jeito meio “maroto”, “embriagado”. São os Marinheiros, grupo de espíritos que trabalham na Umbanda em prol da caridade.
Eles conheceram muito bem o mar e a navegação, pois participaram da descoberta de novos mundos através das viagens que empreenderam que duraram anos e anos.
As Entidade de Marinheiro trabalham normalmente na Linha de Iemanjá, mas também de Oxum, que compõem o chamado “Povo da Água”. Seus conselhos e mensagens são sempre cheios de esperança e de fé. Costumam trabalhar em grupos. São fortes, pois enfrentarem guerras e mares agitados, mas também conheceram a calmaria e a bonança.
Dão consultas, passes e também fazem trabalhos fortes de descarrego que envolvam grandes demandas. Em algumas casas, também costumam trabalhar nas giras de desenvolvimento de Médiuns.
Quando dão consultas, essa Falange costuma ir direto ao ponto, sem rodeios, mas também sabem como falar aos consulentes sem criar um clima desagradável ou de medo. Assim, conseguem atingir fundo as almas dos aflitos que costumam procura-los em busca de auxilio e de esperança.
Carregam consigo um sentimento profundo de amizade. Nas consultas, gostam muito de ajudar àquelas pessoas que se apresentam com problemas amorosos. Seus conselhos são sempre fiéis e certeiros, têm uma grande responsabilidade e assumem o compromisso de um trabalho bem-feito.
Os marinheiros são em sua grande maioria espíritos que militam a Umbanda para dar sustento no campo da diluição de cargas trevosas, outros atuam como elementos de sustentação de trabalhos voltados a curas, atraindo os poderes elementais dos quais estes espíritos de alto grau espiritual, trazem consigo.
Boiadeiros
Os Boiadeiros são entidades que representam a natureza desbravadora, romântica, simples e persistente do homem do sertão, “o caboclo sertanejo”. São os Vaqueiros, Boiadeiros, Laçadores, Peões, Tocadores de Viola,
espíritos de pessoas que em vida trabalharam com o gado, em fazendas por todo o Brasil, têm muito o que contar, nos ensinam a força que o trabalho tem e passam como ensinamento que o principal elemento da sua magia é a força de vontade, fazendo assim enxergarmos que podemos conseguir uma vida melhor e feliz se lutarmos pelos nossos objetivos com fé.
Nos seus trabalhos usam de velas, pontos riscados e rezas fortes para todos os fins. Também chamado por alguns na Umbanda como Caboclo Boiadeiro, são logo reconhecidos pela forma diferente de dançar, tem uma coreografia intricada de passos rápidos e ágeis, costumam dar seus brados e girar o braço como se fossem laçar um boi.
Em uma gira de Boiadeiros a um tremendo descarrego do ambiente e das pessoas nele presentes.
Crianças
Também chamadas de “Ibeijadas”, “Erês”, “Cosminhos” ou simplesmente Crianças. Muito temos a aprender com as Crianças na Umbanda.
Muitos não conseguem ver a importância dos trabalhos das Crianças, não percebem o quanto elas realizam apenas “brincando” e comendo doces.
Muitas crianças que incorporam na Umbanda são encantados que nunca encarnaram, outras encarnaram apenas uma vez. As crianças vibram de forma sutil, mas de forma intensa, assim umas são das cachoeiras, outras das praias, do mar, das pedreiras, das matas, etc.
Quando incorporadas elas vibram, o tempo todo, a energia encantada do reino a que estão ligadas, basta entrar na sua sintonia infantil, brincando e comendo doces, que acontece toda uma limpeza espiritual.
Energias negativas são absorvidas pelos mistérios que sustentam o trabalho das Crianças pela esquerda e pelo embaixo, enquanto o alto e a direita irradiam a energia que precisamos para nos amparar e mudar nossa visão de mundo.
Muitas vezes queremos que nossa vida mude e esquecemos que se nós não mudamos nosso comportamento a vida também não muda.
Crianças nos ajudam e muito a renovar nossas atitudes, a começar de novo, como uma criança que começa outra vez sua tarefa no plano material.
Passam sua alegria e sua pureza contagiante a todos no terreiro, tirando o baixo astral e a tristeza das pessoas.
Impossível num sorrir numa gira de crianças.
Muitos vem so para brincar e comer seus doces tomar guaraná, mas sem deixar de passar seu Axé de alegria e distribuindo seus doces abençoados as pessoas.fazendo bem a todos, alguns maiorzinhos dão conselhos e passes aos adultos também.
Ciganos e Ciganas
Uma Linha de entidades trabalhadas por alguns terreiros de Umbanda
mas não todos, conhecida também por muitos como fazendo parte da Linha do Oriente.
Tem as Festas e as giras muito bonitas, muitos lêem as mãos ou jogam cartas, são serenos, bons aconselhadores e muito bons pra saber algo do destino no sentido de ajudar, principalmente em assuntos de amor, lembrando que nem tudo pode ser dito, pois na vida existem muitas provações e temos que passar por elas, mas com certeza de uma forma ou de outra somos ajudados também por essa bonita e alegre linha.
Os Espíritos Ciganos são também, uma linha de trabalhos espirituais que busca seu espaço próprio, pela força que demonstram em termos de caridade e serviços a humanidade. Seus préstimos são valiosas contribuições no campo do bem-estar pessoal e social, saúde, equilíbrio físico, mental e espiritual, e tem seu alicerce em entidades conhecidas popularmente com "encantadas".
São entidades que há pouco tempo ganharam força dentro dos rituais da Umbanda. Erroneamente no começo eram confundidos com entidades espirituais que vinham na linha dos Exus, tal confusão se dava por algumas ciganas se apresentarem como Cigana das Almas, Cigana do Cruzeiro ou nomes semelhantes a esses utilizados por Exus e Pombas-Gira. Hoje, o culto está mais difundido, se sabe e se conhece mais coisas sobre essas entidades, chegando algumas casas a terem um ou mais dias específicos para o culto aos espíritos ciganos.
Não tem na Umbanda o seu alicerce espiritual, como dissemos; se apresentam também em rituais do tipo mesa branca, Kardecistas e em outros rituais específicos de culto à natureza e todos os seus elementos, por terem herdado de seu povo, o cigano, o amor incondicional à proteção da natureza.
Encontraram na Umbanda um lugar quase ideal para suas práticas por uma necessidade lógica de trabalho e caridade.
Na Umbanda passaram a se identificar com os toques dos atabaques, com os pontos cantados em sua homenagem e com algumas das oferendas que são entregues às outras entidades cultuadas pela Umbanda. Encontraram lá, na Umbanda, uma maneira mais rápida de se adaptarem a cultos e é por isso que hoje é onde mais se identificam e se apresentam.
São entidades oriundas de um povo muito rico de histórias e lendas, foram na maioria andarilhos que viveram nos séculos XIII, XIV, XV e XVI. Tem na sua origem o trabalho com a natureza, a subsistência através do que plantavam e o desapego as coisas materiais.
Dentro da Umbanda seus fundamentos são simples, não possuindo assentamentos ou ferramentas para centralização da força espiritual. São cultuados em geral com imagens bem simples, com taças com vinho ou com água, doces finos e frutas solares. Trabalham também com as energias do Oriente, com cristais, incensos, pedras energéticas, com as cores, com os quatro sagrados elementos da natureza e se utilizam exclusivamente de magia branca natural, como banhos e chás elaborados exclusivamente com ervas.
Diferentemente do que pensamos e aprendemos, raramente são incorporadas, preferindo trabalhar encostadas e são entidades que devem ser cultuadas na direita, pois quando há necessidade de realizarem qualquer trabalho na esquerda, são elas que se incumbem de comandar as entidades ciganas que trabalham para este fim, por isso, não precisam de assentamentos. Por isso tudo fica evidenciado que são entidades que trabalham exclusivamente para o bem.
Santa Sara Kali é a Santa do Povo Cigano e sua orientadora para o bom andamento das missões espirituais. Não devemos confundir tal fato com Sincretismos, pois Santa Sara é tida como orientadora espiritual e não como patrona ou imagem de algum sincretismo.
Ciganos na Umbanda, são espiritos desencarnados homens e mulheres que pertenceram ao povo cigano.
Os ciganos em geral, tem seus rituais especificos e cultuam muito a natureza, os astros e ancestrais.
Dentro da Umbanda, trabalham para o progresso financeiro e para as causas amorosas. Cheios de simpatias espirituais, os espiritos ciganos trabalham para a cura de doenças espitiruais também.
Os ciganos, dentro da ritualistica umbandista, falam a língua "portunhol", alguns, poucos, falam o romanês, língua original dos ciganos. As incorporações acontecem geralmente em linha própria, mas nada impede que alguns deles possam a vir trabalhar na linha de esquerda.
Lembrem-se que a Umbanda é a manifestação do “espírito para a caridade” não importando a forma ou o jeito de sua manifestação.
Curimba na Umbanda
Curimba na Umbanda
Curimba é o nome que damos para o grupo responsável pelos toques e cantos sagrados dentro de um terreiro de Umbanda. São eles que percutem os atabaques (instrumentos sagrados de percussão), assim como conhecem cantos para as muitas “partes” de todo o ritual umbandista. Esses pontos cantados, junto dos toques de atabaque, são de suma importância no decorrer da gira e por isso devem ser bem fundamentados, esclarecidos e entendidos por todos nós.
Muitas são as funções que os pontos cantados têm. Primeiramente uma função ritualística, onde os pontos “marcam” todas as partes do ritual da casa. Assim temos pontos para a defumação, abertura das giras, bater cabeça, etc.
Temos também a função de ajudar na concentração dos médiuns. Os toques assim como os cantos envolvem a mente do médium, não a deixando desviar – se do propósito do trabalho espiritual. Além disso, a batida do atabaque induz o cérebro a emitir ondas cerebrais diferentes do padrão comum, facilitando o transe mediúnico. Esse processo também é muito utilizado nas culturas xamânicas do mundo afora.
Entrando na parte espiritual, os cantos, quando vibrados de coração, atuam diretamente nos chacras superiores, notavelmente o cardíaco, laríngeo e frontal, ativando – os naturalmente e melhorando a sintonia com a espiritualidade superior, assim como, os toques dos atabaques atuam nos chacras inferiores, criando condições ideais para a prática da mediunidade de incorporação.
As ondas energéticas – sonoras emitidas pela curimba, vão tomando todo o centro de Umbanda e vão dissolvendo formas – pensamento negativas, energias pesadas agregadas nas auras das pessoas, diluindo miasmas, larvas astrais, limpando e criando toda uma atmosfera psíquica com condições ideais para a realização das práticas espirituais. A curimba tranforma – se em um verdadeiro “pólo” irradiador de energia dentro do terreiro, potencializando ainda mais as vibrações dos Orixás.
Os pontos transformam – se em “orações cantadas”, ou melhor, verdadeiras determinações de magia, com um altíssimo poder de realização, pois é um fundamento sagrado e divino. Poderíamos chamar tudo isso de “magia do som” dentro da Umbanda.
A Curimba também é de suma importância para a manutenção da ordem nos trabalhos espirituais, com os seus pontos de “chamada” das linhas, “subida”, “firmeza”, “saudação”, etc. Entendam bem, os guias não são chamados pelos atabaques como muitos dizem. Todos já encontram – se no espaço físico - espiritual do terreiro antes mesmo do começo dos trabalhos. Portanto a curimba não funciona como um “telefone”, mas sim como uma sustentadora da manifestação dos guias. O que realmente invoca os guias e os Orixás são os nossos pensamentos e sentimentos positivos vibrados em vossas direções. Muitas vezes ao cantar expressamos esse sentimentos, mas é o amor aos Orixás a verdadeira invocação de Umbanda.
Falando agora da função de atabaqueiro e curimbeiro, ou simplesmente da função de “ogã” como popularmente as pessoas chamam na Umbanda, enfatizamos a importância deles serem bem preparados para exercerem tal função em um terreiro. Infelizmente ainda hoje a mentalidade de que o ogã é “qualquer um que não incorpore” persiste. Mas afirmamos, o ogã como peça fundamental dentro do ritual é também um médium intuitivo que tem como função comandar todo o “sector” da curimba. Por isso faz - se necessário que seja escolhido uma pessoa séria, estudada, conhecedora dos fundamentos da religião.
Além disso, o ideal é que o “neófito” que busca ser um novo ogã procure uma escola de curimba, onde aprenderá os fundamentos, os toques de nação e “como”, “o quê” e “quando” cantar.
Mulheres também podem ser atabaqueiras e curimbeiras, SIM! O “cargo” de ogã vem do candomblé e apenas é dado a pessoas do sexo masculino. A mulher no Candomblé não toca atabaque, por alguns dogmas da religião, principalmente em relação à menstruação. Na Umbanda não importamos dogmas e conceitos do candomblé, mas sim seguimos os nossos, passados diretamente pelos nossos guias e mentores. Nuca vimos um caboclo ou preto – velho proibindo mulher de tocar atabaque, por isso afirmamos, na Umbanda mulher toca e canta sim e, diga – se de passagem, muitas vezes melhor do que os próprios homens.
Por fim, queremos fazer alguns comentários a cerca da espiritualidade que guia os trabalhos da curimba. Muitas linhas de Umbanda existem no astral e trabalham ativamente nele, apesar de não incorporarem. Existem muitas linhas de caboclos, exus, pomba – giras, etc, que por motivos próprios trabalham nos “bastidores”, sem incorporarem ou tomarem a “linha de frente” dos trabalhos espirituais. Também existe uma corrente de espíritos que auxiliam nos toques e cantos da curimba. São mestres na música de Umbanda, verdadeiros guardiões dos mistérios do “som”. Normalmente apresentam – se com a aparência de homens e mulheres negras, com forte complexão física para os homens, e bela mas igualmente forte para as mulheres. Seus trajes variam muito, indo desde a roupagem mais simples como um “escravo” da época colonial, como até mesmo o terno e o vestido branco.
São espíritos bondosos, muito alegres e divertidos, que com o cantar encantam a muitos no astral. Alguns fazem – se presente auxiliando o toque, outros o canto e outros ainda auxiliam a manutenção da energia e sua dissipação dentro do terreiro. Muitas vezes chega a acontecer uma espécie de “incorporação” desses guias com os ogãs, os inspirando a determinados toques e cantos. Qualquer pessoa com experiência em curimba pode relatar casos aonde um ponto vem na hora que ele é necessário e depois você simplesmente o esquece. Isso acontece sobre inspiração desses mentores.
Algumas vezes também, em festas de Umbanda e dos Orixás, onde muitos se reúnem, percebemos que diversos espíritos chegam trazendo seus “tambores astrais”, percutindo – os a partir do astral, ajudando na sustentação e na energia das festividades, potencializando ainda mais os toques dos atabaques e as energias movimentadas.
Quando os Guias, incorporados fazem sua saudação à frente dos atabaques, estão saudando as pessoas que tocam, estão pedindo para que as forças movimentadas pela curimba sejam benéficas a todos, mas estão principalmente, saudando e agradecendo a toda essa corrente de trabalhadores “anônimos” do astral. Estão percebendo como muita coisa foge aos nossos sentidos em uma “simples” e humilde gira de Umbanda?
Sabemos que esse universo da curimba muitas vezes é pouco explicado, e muitos chegam a defender a abolição dos atabaques dos centros de Umbanda. A isso, os próprios guias e mentores de Umbanda respondem, tanto incentivando os toques e trazendo mentores nesse “campo” , como também, abrindo turmas de estudo de Umbanda e desenvolvimento mediúnico, onde percebemos claramente que o “animismo” acontece por despreparo do médium, falta de estudo ou orientação e não pelo uso de atabaques. Colocar a culpa nos atabaques é como “tampar o sol com a peneira”. Afinal, como explicado parágrafos acima, o atabaque quando bem utilizado é ótima ferramenta para o desenvolvimento mediúnico.