INTRODUÇÃO
A Umbanda é uma religião aberta, muito aberta por sinal. E isto gera uma enormidade de interpretações diferentes para os seus conceitos, inclusive os mais básicos.
Não pretendemos aqui esgotar este assunto, ou qualquer outro referente a Umbanda, entretanto gostaríamos de falar um pouco do que aprendemos e de como interpretamos os ensinamentos que nos foram passados através dos anos de prática e exercício mediúnico junto as entidades de Umbanda.
Lembrando sempre que as diferenças de interpretação são causadas por inúmeros motivos: regionais, missionários, experimentais, etc.
As informações aqui são bem básicas e rústicas para não confundirmos também aqueles que aprenderam de forma diferente.
Os Orixás
Os Orixás não são Deuses como muitas pessoas podem conceber como em outras religiões, mas sim Divindades criadas por um único Deus: Olorun(dentro da corrente Nagô) ou Zambi(dentro da corrente Bantu e das correntes sincréticas).
Na UMBANDA (de uma maneira geral, pois existem variações referentes às diversas ramificações existentes), os Orixás são cultuados como divindades de um plano astral superior, ARUANDA, que na Terra representam às forças da natureza (muitas vezes confundindo-se a força da natureza com o próprio Orixá):Exu: o mensageiro, o ponto de contato entre os Orixás e os seres humanos;Oxalá: o senhor da força, o senhor do poder da vida.Oxum: as águas doces;Iemanjá: a rainha dos peixes das águas salgadas;Iansã: os ventos, chuvas fortes, os relâmpagos;Xango: a força do trovão e o fogo provocado pelos relâmpagos quando (diz uma lenda que "sem Iansã, Xangô não faz fogo ... ") chegam 'a Terra; Ogum ou Ogun: senhor dos caminhos; os desbravador dos caminhos; senhor do ferro; Oxosse: o Orixá Odé, o Orixá caçador, senhor da fartura 'a mesa, senhor da caça;Ossãe ou Ossanha: o Orixá das folhas e, sem folhas, nada é possível na Umbada ou no Candomblé; o dono, preservador, das matas e florestas, das folhas medicinais, das ervas de culto;Obá: a guerreiro, a força da libertade;Nanã: senhora do lodo, das águas lodosas da junção entre o rio e o mar, fonte de vida, e também senhora da morte;Obaluaiê: "O dono da Terra, o Senhor da Terra"; o Orixá das doenças, senhor dos mortos (pois conta uma lenda que Obaluaiê foi o único Orixá que dominou a morte, Iku); é aquele que tira a doença, mas também aquele que dá a doença.Oxumaré: é o Orixá do arco-íris, um dos pontos de ligação entre o Aye (a Terra) e o Orun (o Céu); também representa a fartura, o bem estar.
A cada Orixá está associada uma personalidade e um comportamento diante do mundo e com seus filhos, os quais, são seus protegidos e uma parte das emanações do próprio Orixá, presentes no Orí ou Camatuê (Cabeça) desses filhos.
Orixá, dentro do culto Umbandista (de uma maneira geral) não são incorporados (não se incorpora o fogo de Xangô, os ventos de Iansã, as águas doces de Oxum ...). O que se vê dentro dos vários terreiros, centros, tendas etc, são os Falangeiros dos Orixás (ou também conhecidos como encantados); ou seja, Espíritos (não reencarnacionais) de grande força espiritual (de grande Luz, como alguns gostam de falar) que trabalham sob as Ordens de um determinado Orixá.
Os Falangeiros são os representantes dos Orixás, e, em muitos casos, a essência dos próprios Orixas manifestada nos médiuns, pois sua força é a emanação pura dos Orixás (ou como alguns dizem: são a vibração virginal dos Orixás). Sendo assim, eles podem incorporar nos médiuns, em seus “cavalos”, e mostram sua presença e sua força em nome de um Orixá. Porém, são frágeis (o médium pode perder sua sintonia muito facilmente) e exigem muito dos médiuns, não podendo permanecer por muito tempo em Terra. Podemos utilizar como exemplos de falangeiros:
Ogum
Falangeiros de Ogum
Ogum Beira-Mar, Ogum Megê, Ogum Sete Ondas, Ogum Sete Espadas, Ogum Iara, Ogum Matinata, Ogum Rompe Mato.
Em algumas ramificações da Religião de Umbanda (nas Umbandas de Caboclo, Umbanda branca, Umbanda esotéria e nas Umbandas voltadas ao Espiritismo ou Kardecismo) que não trabalham diretamente com os Orixás , na forma de Falangeiros de Orixás (não estão ligados a uma corrente africana), o trabalho com os Orixás é feito com os Guias (Espíritos reencarnacionais, pois já tiveram vida corpórea) chamados "Capangueiros de Orixás", ou seja, são Guias (entidades que falam, bebem, fumam, dão consultas ...) que vêm na vibração ou emanação daquele Orixá. Na maioria das vezes, são Caboclos que cumprem essa função e carregam o nome do Orixá junto ao deles, como:
Caboclo Ogum Iara; Caboclo Ogum Sete Espadas; Caboclo Ogum Beira-mar; Caboclo Xango das Matas; Caboclo Xango Sete Pedreiras, etc.
Existem casos(talvez por isso cause tanta confusão) que os médiuns não colocam a palavra caboclo na frente do nome do Capangueiro, e acaba saindo Ogum Iara, Ogum Sete Espadas, em vez de Caboclo Ogum Iara, Caboclo Ogum Sete Espadas.
Isso confunde as pessoas e elas acabam achando que estão trabalhando com um Orixá, que o Orixá bebe, fuma, dá consultas etc. Porém, o que está se manifestando alí (com grande força e beleza), são Guias, são os Capangueiros.
Então como diferenciar os Falangeiros dos Orixás e os Guias Capangueiros dos Orixás?
É simples. Os Falangeiros dos Orixás não falam, não bebem, não fumam (na grande maioria dos casos), não dão consultas, e estão vinculados à casas de corrente Africana (casas de Umbanda com fundamentos como feitura, camarinha, boris, obrigações, oferendas, cortes ...). Trabalham na harmonização do terreiro, afastando cargas e no desenvolvimento e equilíbrio dos médiuns. Já os Guias Capangueiros dos Orixás dão consultas, fumam, bebem, e falam (interagem) com os assistenciados (e as casas em que trabalham, em sua grande maioria, não estão vinculados à corrente Africana diretamente).
Só lembrando que todos os guias (Pretos-velhos, Caboclos, Crianças, Boiadeiros, Marinheiros, Baianos, Exus / Pombogiras, ...) trabalham sob as ordem de um Orixá e também podem ser considerados como "Capangueiros".
A diferença entre eles e os Guias Capangueiros dos Orixás é que eles não carregam em seus nomes o próprio nome do Orixá de trabalho.
Dentro da cultura Afro-brasileira é considerada a existência de uma “vida passada na Terra”, na qual os Orixás teriam entrado em contato direto com os seres humanos, aos quais passaram ensinamentos diretos e se mostraram em forma humana.
Essa teria sido uma época muito distante na qual o ser humano necessitava da presença física dos Orixás (um estado presencial em forma humana), pois o ser humano ainda se encontrava em um estágio muito primitivo, tanto materialmente como espiritualmente.Após passarem seus ensinamento voltaram à Aruanda, mas deixaram na Terra sua essência e representatividade nas forças da natureza.
Definição de Orixá
Ori = Coroa; Xá = Luz
A palavra Orixá quer dizer “Coroa Iluminada” ou “Espírito de Luz”. O princípio mais evoluído existente em nosso sistema, manifestado através das forças da natureza.
Para haver um melhor entendimento, esquematizamos um organograma.
Você não encontrará aqui Lendas que expliquem os Orixás, porque a Umbanda não se fundamenta em lendas e sim em observação do funcionamento das forças da natureza. Você não encontrará aqui "pontos riscados" de entidades, porque consideramos o ponto riscado parte integrante da liturgia da Umbanda e portanto não deve ser profanado. Você não encontrará aqui receitas de oferendas, pois somos contra o uso indiscriminado delas. Você encontrará aqui uma simples apresentação dos Orixás. Apenas isto.
ARUANDA = Plano Astral, morada dos Orixás.
ORIXÁS: SUAS CORES E PONTOS DE FORÇA
Obs: Cor dos Orixás corresponde a cor de velas.A cor branca serve pra todos os Orixás, e as roupas usadas na maior parte dos terreiros é o branco representando Oxalá.
Lembrando que estas cores podem variar conforme a regionalidade e o tipo da Umbanda praticada pelo país.
OXALÁ
Representa juntamente com nosso Pai maior – DEUS – e com o ESPÍRITO SANTO, o centro gerador do universo. Sempre quando falamos de UM, falamos dos três e quando falamos dos três, falamos de UM. Oxalá é o primeiro na criação, o branco puro do universo, é o filho de DEUS e o senhor de todas as cores. Mesmo sendo o senhor de todas as cores, tem o branco como a cor de comando, por simbolizar a paz, a pureza, a transparência. O símbolo de Oxalá, na Umbanda, é a Fé, a Cruz de Cristo.
Não há incorporação de Oxalá na Umbanda, somente em Nação(Candomblé).
Os filhos de Oxalá, portanto, são pessoas tranqüilas, com tendência à calma, até nos momentos mais difíceis; conseguem o respeito mesmo sem que se esforcem objetivamente para obtê-lo. São amáveis e pensativos, mas nunca de maneira subserviente. Às vezes chegam a ser autoritários, mas isso acontece com os que têm Orixás guerreiros ou autoritários como adjutores (adjuntós).
Sabem argumentar bem, tendo uma queda para trabalhos que impliquem em organização. Gostam de centralizar tudo em torno de si mesmos. São reservados, mas raramente orgulhosos. Seu defeito mais comum é a teimosia, principalmente quando têm certeza de suas convicções; será difícil convencê-los de que estão errados ou que existem outros caminhos para a resolução de um problema.
No Oxalá mais velho (Oxalufã) a tendência se traduz em ranzinzice e intolerância, enquanto no Oxalá novo (Oxaguiã) tem um certo furor pelo debate e pela argumentação. Para Oxalá, a idéia e o verbo são sempre mais importantes que a ação, não sendo raro encontrá-los em carreiras onde a linguagem (escrita ou falada) seja o ponto fundamental.
Personalidade dos Filhos de Oxalá:
Aspectos Positivos - criativos, generosos, inteligentes, calmos suaves, paternais, sábios e justos.
Aspectos negativos - lentos, mandões, procrastinadores, teimosos, ranzinzas e resmungões
SINCRETISMO: Jesus Cristo
DATA: 25 de dezembro
DIA DA SEMANA: Sexta-Feira.
COR: Branco
PONTOS DE FORÇA: Água e o Ar
FERRAMENTA: Cajado encimado por um Pombo Branco
SÍMBOLO: Estrela de 5 pontas.(Em algumas casas, a Cruz)
SAUDAÇÃO: Êpa Babá(abença Pai)
COMIDA: Canjica de Oxalá, Cuscuz de Milho, Jaca, Arroz Cozido(somente c/ água)
ERVAS: Tapete de Oxalá(Boldo), Saião, Manjericão Branco, Rosa Branca.
FLORES: Lírios brancos e todas as flores que sejam brancas, as rosas de preferência sem espinhos.
LOCAL DAS OFERENDAS: colinas descampadas, campos, montanhas, praias.
ESSÊNCIAS: Aloés, almíscar, lírio, benjoim, flores do campo, flores de laranjeira.
PEDRAS: Diamante, cristal de rocha, perolas brancas.
METAL: Prata(Em algumas casas: platina, ouro branco).
BEBIDA: Água mineral, vinho branco.
OGUM
Representa o ferro e a eterna luta a favor da paz do Universo, a luta do espírito contra a matéria. É o senhor dos caminhos, cujos quartéis estão espalhados por todos os cantos da terra. Orixá do ferro, dos campos de batalha, comandante abaixo de OXALÁ do exercito celestial, patrulheiro das estradas, protetor da Paz Mundial. Sendo guerreiro da paz, nos defende dos ataques do mal, o mal do coração humano, o mal dos sentimentos negativos para com nossos semelhantes, o mal praticado a mãe natureza. Sua mensagem é sempre combater a guerra e levar a paz aos homens em qualquer canto onde houver desavenças. Orixá da energia (ligada a atitude), perseverança, vencedor de demanda, persistência, tenacidade, renascimento (no sentido de capacidade de se reerguer).
Abaixo cito alguns exemplos de qualidades de Ogum:
Ogum Megê – vermelho, branco e preto (trabalha em harmonia com Omulu, na entrada da calunga pequena - cemitério).
Ogum Rompe Mato – Vermelho e verde (trabalha em harmonia completa com Oxoce, na entrada da Mata. Podendo ser cultuado tanto na terça-feira, dia de Ogum, quanto na quinta-feira, dia de Oxosse)
Ogum Beira-Mar – Coral (trabalha na orla marítima em harmonia com Iansã e Iemanjá)
Ogum Iara – azul claro e vermelho (trabalha na cachoeira em harmonia com Oxum)
Ogum de Lei – vinho e branco (trabalha com as Almas em harmonia com Xango, Omolu, Oxum e Ogum Iara).
Características de seus filhos: são persistentes, tem temperamento forte. Determinados e batalhadores.
SINCRETISMO: São Jorge
DATA: 23 de abril
DIA DA SEMANA: Terça-Feira
COR: Vermelho e branco
PONTOS DE FORÇA: campos, caminhos de terra, caminhos de ferro, mas
a energia de Ogum está em todos os lugares.
FERRAMENTA: espada
SÍMBOLO: espadas.
SAUDAÇÃO: Ogunhê(lá vem Ogum, ou Olá Ogum)
COMIDA: Feijoada de Ogum, Cará, Angu de Arroz, Vatapá de Ogum.
ERVAS: Espada de São Jorge, Alecrim do Campo, Guiné, Negramina, Levante.
FLORES: Crista de Galo, cravos e palmas vermelhas.
LOCAL DAS OFERENDAS: Os campos por onde passam os animais, as fazendas, os caminhos de terra, as trilhas nos campos, e os caminhos de ferro.
ESSÊNCIAS: Violeta.
PEDRAS: Granada, Rubi, Sardio. (Em algumas casas: Lápis-Lazúli, Topázio Azul).
METAL: Ferro (Aço e Manganês).
BEBIDA: Cerveja Branca
XANGO
Representa o fogo virginal, o fogo que não queima mas aquece, alimenta e dá vida ao espírito; também representa a pedra e a justiça. Xango é o calor central da terra, é a lava dos vulcões, é o próprio vulcão. Também está ligado ao calor do sol. Representa a justiça divina na condução das decisões do homem. Xango possui sobre seu comando os doze mistérios e encontramos a sua dimensão de poderes em todos os locais da natureza.
Encontramos também outras datas de comemoração porque este Orixá foi sincretizado com outros Santos Católicos, em função de seus desdobramentos, a saber:
Xango Alafim-Eché (São Jerônimo)
Xango Abomi (Santo Antônio)
Xango Alufam (São Pedro - 29 de junho)
Xango Agodô (São João Batista - 24 de junho)
Xango Aganju (São José - 19 de março)
Xango D'Jacutá (sem sincretismo - Regência geral da Linha de Xango).
Características dos seus filhos: Rigidez de pensamento, tem grande senso de justiça, são pessoas metódicas, equilibradas e tem facilidade no estudo.
SINCRETISMO: São Jerônimo
DATA: 30 de setembro/24 de junho
DIA DA SEMANA: Quarta-feira
COR: Marrom
PONTOS DE FORÇA: Pedras, Pedreiras
FERRAMENTA: Oxé(seu machado de poder contendo duas faces cortantes).
SÍMBOLO: machados.
SAUDAÇÃO: Kaô Kabecilê(venham ver sua majestade)
COMIDA: Caruru, Rabada com polenta(feita com dendê).
ERVAS: Erva de São João, Erva de Santa Maria, Cordão de Frade, Jarrinha, Erva de Bicho.
FLORES: Cravos Vermelhos e brancos
LOCAL DAS OFERENDAS: Pedreiras
ESSÊNCIAS: Cravo(flor).
PEDRAS: pirita, jaspe.
METAL: estanho.
BEBIDA: Cerveja Preta.
OXOSSE
É o gerador de alimentos, as florestas sortunas que são derrubadas, mas que pela força de Oxosse sempre estão resurgindo. Representa também os animais selvagens espalhados pelos quatro cantos do mundo. É o Orixá senhor da matas virgens, o caçador da corte celestial, o grande guerreiro que luta pela busca do nosso pão e defensor de nosso teto. É aquele que caça as boas influências, das energias positivas para os trabalhadores de uma aldeia, de uma casa de santo. É sempre homenageado com o melhor das colheitas, caça e com as melhores frutas. Orixá representado pelas legiões de caboclos da natureza, que estão espalhados em todos os locais. Orixá da saúde, prosperidade, força, energia (ligada a saúde), farmacopéia (farmácia), nutrição É o “caçador” do Axé.
Características de seus filhos: meio fechados, gostam de viver no seu próprio meio. Gostam de contemplar a natureza. Geralmente são pessoas desconfiadas, mas que quando confiam são amigos fiés. Trabalhadores incansáveis.
SINCRETISMO: São Sebastião
DATA: 20 de janeiro
DIA DA SEMANA: Quinta-feira
COR: Verde
PONTOS DE FORÇA: Matas virgens
FERRAMENTA: Ofá(o arco e a flecha).
SÍMBOLO: o arco e a flecha, flecha.
SAUDAÇÃO: Oke Aro(salve o caçador)
COMIDA: frutas(não cítricas), Moranga, Abóbora com Camarão Seco, Canjica de Milho Verde, Axoxô – milho com fatias de coco, milho cozido com mel de abelha, mandioca cozida.
ERVAS: Samambaias, Alecrim, Guiné, Abre Caminho, Taioba, Espinheira Santa, Jurema, Mangueira, Alfavaca, Eucalipto.
FLORES: Flores do campo.
LOCAL DAS OFERENDAS: Matas e florestas virgens
ESSÊNCIAS: Alecrim.
PEDRAS: Esmeralda, Amazonita, Turquesa, Quartzo Verde, Calcita Verde.
METAL: Bronze(Latão).
BEBIDA: cerveja branca, vinho tinto ou aluá(cachaça de milho).
OXUM
Deusa da fecundidade(fertilidade); é a mãe do ouro, senhora das águas cristalinas e que comanda as cachoeiras, representando a força da vida. É o símbolo do amor, é a pureza das águas que mata nossa sede e que sustenta nossa vida. Oxum tem a missão de zelar pelos nascimentos; a vida intra-uterina de um ser vivo começa na água contida dentro do útero materno, e por esse motivo, zela pelos seres vivos enquanto ainda em gestação no ventre de suas mães, e esta proteção estende-se ao ser vivo após o seu nascimento, enquanto não estiver integrado ao mundo. Também participa do processo de alimentação de todos os seres vivos, nos doando a água que alimenta e mantém vivo o planeta, seres e vegetais. Oxum é a força dos mistérios que envolve a água, e conjuga todas as energias que vem das águas cristalinas e caminham de encontro com o mar. Por este motivo, reina ao lado de Iemanjá, as águas doces e nos mares.
Características dos seus filhos: Docilidade, sensibilidade (choram com facilidade), místicos.
SINCRETISMO: Nossa Senhora Aparecida(SP) / Nossa Senhora da Conceição(algumas regiões do Brasil)
DATA: 15 de agosto
DIA DA SEMANA: Sábado
COR: Azul escuro ou roxo
PONTOS DE FORÇA: Cachoeiras e Rios(calmos).
SÍMBOLO: Coração
FERRAMENTA: Abebé dourado com espelho.
SAUDAÇÃO: Aieiêo Mamãe Oxum(calma mamãe Oxum)
COMIDA: Omolocum. Ipeté, Quindim, banana frita, moqueca de peixe e pirão feito com a cabeça do peixe.
ERVAS: Maçaça, Lírio do campo, Flor de laranjeira
FLORES:
LOCAL DAS OFERENDAS: Cachoeiras, Rios(calmos).
ESSÊNCIAS: Lírio.
PEDRAS: Topázio.
METAL: Ouro.
BEBIDA: água mineral.
IANSÃ
Deusa da espada de fogo, é a senhora dos ventos, dos raios, das tempestades, dos ciclones, dos furacões e dos vendavais. É o poder do movimento que nasce do encontro do ar com o calor da terra e com os vapores suspensos das águas, e que forma uma poderosíssima força no movimento das energias que formam os raios. Esta poderosa mãe, ao lado de OGUM forma a força do exército celestial na defesa do planeta terra, protegendo as cidades, as nossas casas e tudo mais que existe. Aonde estivermos, ali existirá vento, ali IANSÃ estará presente.
Características dos seus filhos: Mudança de pensamento(jogo de cintura), facilidade de falar, de se comunicar, de interagir. Pessoas geralmente bastante flexíveis (abertas) as novidades e mudanças.
SINCRETISMO: Santa Bárbara
DATA: 04 de dezembro
DIA DA SEMANA: Quarta-feira ou Sábado.
COR: Amarelo ouro.
PONTOS DE FORÇA: Ventos, raios e tempestades
FERRAMENTA: Espada de Iansã, Eruexim-cabo de ferro ou cobre com um rabo de cavalo.
SÍMBOLO: Raio
SAUDAÇÃO: Êparrey Oyá
COMIDA: Acarajé, Ipetê, Bobó de Inhame.
ERVAS: Bambu amarelo, Espada de Iansã, Cana do Brejo, Folha da Canela.
FLORES: Amarelas ou corais.
LOCAL DAS OFERENDAS: Pedreiras, locais de pedras em beira dos rios, cachoeiras ou mar, Bambuzal.
ESSÊNCIAS: Patchouli.
PEDRAS: Coral, Cornalina, Rubi, Granada.
METAL: Cobre.
BEBIDA: Champanhe
IEMANJÁ
É a mãe das águas primeiras, que precedem a forma e sustentam a criação. É a força do principio, a mãe do mundo. É a senhora dos mares e simboliza o coração do planeta terra. É o Orixá que comanda a Calunga Grande(mar) e que sustenta uma parte fundamental da vida, no seu infinito circulo de geração e manutenção da vida no planeta. Iemanjá é a onda do mar, o maremoto, a ressaca do mar, a maré alta e a baixa, as ondas gigantes cavalgando as montanhas submersas, as correntes de águas quentes e geladas dos oceanos que vagueiam pelos sete mares. Iemanjá são os bilhões de seres vivos que vivem e morrem nos mares dando seqüência à eterna cadeia alimentar oceânica. Iemanjá significa a “mãe que tem filhos peixes”. Comanda legiões de caboclos e caboclas espalhados pelos sete mares do mundo, legiões estas ligadas aos bilhões de formas de vidas existentes no mais profundo mar. Iemanjá, ao lado de Xango alimenta e move a natureza.
Características de seus filhos de Iemanjá: Dinheiro com facilidade (quando não tem, aparece), não aparentar a idade que tem, "espírito" maternal, gosta do poder.
SINCRETISMO: Nossa Senhora dos Navegantes(algumas regiões do Brasil) Nossa Senhora da Glória(RJ) / Nossa Senhora da Conceição(SP)
DATA: 08 de dezembro
DIA DA SEMANA: Sábado
COR: Azul Claro e Branco
PONTOS DE FORÇA: Calunga grande(mares)
FERRAMENTA: Abebé prateado com espelho(leque prateado).
SÍMBOLO: Ancora, Peixes, Ondas do mar.
SAUDAÇÃO: Odoiá ou Odociabá, no Afro
quer dizer Odoyá(Odo=Rio, Ya=Mãe - Mãe do Rio) ou Odofeyaba:
Odo = Rio Fe = Amada; Yabá = Iyààgba= Senhora - Amada Senhora do Rio.
COMIDA: Manjar branco, Peixe, Camarão, Canjica, Arroz,
ERVAS: Alfazema, Pata de Vaca, Embaúba, Abebê, Jarrinha, Golfo, Rama de Leite
FLORES: Rosas brancas, palmas brancas, angélicas, orquídeas, crisântemos brancos.
LOCAL DAS OFERENDAS: beira da Praia, Mar
ESSÊNCIAS: Alfazema, Jasmim, Rosa Branca, Orquídea, Crisântemo.
PEDRAS: Pérola, Água Marinha, Lápis-Lazúli, Calcedônia, Turquesa.
METAL: Prata.
BEBIDA: Água mineral ou Champanhe
OBALUAIÊ/OMOLU
Obaluyaê= Oba(Rei), Luaye(Céu e Terra).
Obaluaiê é o Rei, dono, senhor da vida na terra; Omolu é o Rei, dono, senhor da vida. Sua “arma” (emblema) é o sàsàrà, espécie de cetro de mão, feito de nervuras da palha do dendezeiro, enfeitado com búzios e contas, em que ele capta das casas e das pessoas as energias negativas, bem como “varre” as doenças, impurezas e males sobrenaturais. Esta representação nos mostra sua ligação com a terra, com o tronco e com as raízes das árvores pela ligação das mesmas com a terra. Suas cores são o branco e preto como Obaluaiê, e o preto e branco como Omolu. Ambos controlam as forças da terra, onde dão sustentação aos ligamentos de pedra e água. Comandam as legiões dos pretos velhos, que chamamos “anciões” de nossa Umbanda. O símbolo de Obaluaiê e Omolu é o tridente cruzado, e o cruzeiro; principalmente o cruzeiro de beira de estrada ou no alto do morro, ou na porta do cemitério, ou ainda o cruzeiro dos cemitérios. Orixá de transformação energética, de toda energia produzida de forma natural ou artificial, quer dizer, a energia natural é toda aquela emanada da natureza ou do nosso próprio pensamento e a artificial é a fabricada (oferendas). Ele transforma tudo e descarrega para terra.
Orixá da transição para a vida astral. Senhor dos segredos da vida e da morte. Mestre das Almas.
Se Exu é o grande manipulador das forças de magia, o Sr.Omolu é o Mestre.
Quando desencarnamos tem sempre um enviado de Omolu do nosso lado, por isso é que ele sempre diz que temos que resgatar a nossa dívida; temos que agir efetivamente para resgatarmos o nosso Karma.
OBS.: Obaluaiê é um desdobramento de Omolu, vibrando em forma mais jovem. Não se trata de outro Orixá, mas sim de um desdobramento.
Características dos seus filhos: Pessoas fechadas, que passam por grandes transformações na vida, normalmente ligadas a perdas. São protegidos contra qualquer tipo de magia. A mediunidade é aguçada desde muito jovem.
SINCRETISMO: São Lázaro(Obaluaiê); São Roque(Omolu)
DATA: 17 de dezembro
DIA DA SEMANA: Segunda-feira
COR: Branco e preto(Obaluaiê); Preto e branco(Omolu).
PONTOS DE FORÇA: Cemitérios(Calunga pequena).
FERRAMENTA: Xaxará, Cajado
SÍMBOLO: Cruzeiro.
SAUDAÇÃO: Atotô(respeito, silêncio) - Atotô Obaluaiê quer dizer "Escutai Rei do Céu e da Terra".
COMIDA: Canjica com pau de dendezeiro, Pipoca, Feijão preto, carne de porco, Abadô - amendoim pilado e torrado, latipá - folha de mostarda, Ibêrem - bolo de milho envolvido na folha de bananeira.
ERVAS: Erva de bicho, Mamona, Canela de Velho, Erva de Passarinho, Barba de Milho, Barba de Velho, Cinco Chagas, Fortuna, Hera.
FLORES: Monsenhor branco.
LOCAL DAS OFERENDAS: Cruzeiros de cemitérios, de beira de estrada de terra, praia.
ESSÊNCIAS: Cravo e Menta.
PEDRAS: Obsidiana, Ônix, Olho-de-gato.
METAL: Chumbo.
BEBIDA: vinho tinto, vinho com mel, cachaça com mel.
NANÃ
Conhecida por Nanã Buruquê ou Nanã Burucum.
A Deusa dos mistérios, tem sua origem simultânea com a criação do mundo, pois antes da terra ser formada, o barro, os pântanos, a lama do fundo dos rios e os grandes lagos já existiam. Nanã consegue sintetizar em si , morte, fecundidade e riqueza. Sendo a mais antiga dos ORIXÁS, (das divindades das águas) representa a memória das raças. Nanã é o principio, o meio e o fim; o nascimento, a vida e a morte; Ela é origem e poder. É a água parada, a água da vida e da morte; as águas paradas e lamacentas dos pântanos (que tem aparência morta); ninguém imagina que por detrás daquelas águas possa existir vida, que sob a benção de Nanã darão origem a inúmeras plantas e vidas animais. Nanã é o começo porque Nanã é o barro e o barro é a vida que resulta da soma da terra mais a água. Nanã é o inicio porque é a terra úmida em cujo ventre serão germinadas as sementes que alimentam os bilhões de seres viventes deste planeta. Nanã é a terra úmida que recebe e acalenta os corpos dos seres vivos, dos vegetais, recebe corpos e grãos para prepará-los para o renascimento e florescimento, pois que enquanto estiverem abaixo da terra, sem receber a luz do sol, estão sob o domínio de Nanã. Também tem o poder da cura e controla um dos ligamentos com a morte, condição para o renascimento e para a fecundidade na terra.
SINCRETISMO: Nossa Senhora de Santana
DATA: 26 de julho
DIA DA SEMANA: Segunda-feira ou Sábado.
COR: Lilás
PONTOS DE FORÇA: pântanos e águas paradas, lagoas e locais de origem dagua sem rio.
FERRAMENTA: Ibiri(cetro - Vassoura de palha da costa com palitos de dendezeiro).
SÍMBOLO: Cruz.
SAUDAÇÃO: Salubá Nanã
COMIDA: Feijão Preto com Purê de Batata doce, Aberum. Mungunzá, Caruru sem azeite
ERVAS: Manjericão Roxo, Colônia, Ipê Roxo, Folha da Quaresma, Erva de Passarinho, Dama da Noite, Canela de velho, Salsa da Praia, Manacá.
FLORES: Todas as flores roxas.
LOCAL DAS OFERENDAS: Pântanos, Beira de lagoas com águas paradas, Mangues
ESSÊNCIAS: Lírio, Orquídea, limão, narciso, dália.
PEDRAS: Ametista, cacoxenita, tanzanita.
METAL: Latão ou Níquel.
BEBIDA: água mineral, Champanhe.
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assim vc se conheçe
ResponderExcluirOlá Moacir, bom dia!
ResponderExcluirAdorei o artigo e fiz um postagem relacionada aos Orixás com ilustrações no meu blog.
Se tiver interesse www.tuitioficial.blogspot.com.br
Grande abraço!
Gratidão!
Pessoal
ResponderExcluirAgradeço Muito a participação de todos no meu Blog mas agora estou com uma página no Facebook onde tenho as postagens
Aos interessados minha página no Facebook é Umbanda Orientação
Mas voltei acessar meu Blog também que confesso fiquei ausente dele por tempos