quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Umbanda Sincretismo e elementos


No tempo da escravidão, os negros escravos, eram proibidos de cultuarem os Orixás, pois a ignorância da Igreja Católica daquela época, dizia que os Orixás, não passavam de demônios. Por isso o sincretismo religioso com os Santos da Igreja Católica, pois os negros escravos eram obrigados a se converterem ao catolicismo, muitas vezes até mesmo no tronco, com o apoio de alguns sacerdotes da religião católica, dizendo ser uma espécie de exorcismo. Quando os escravos se passavam por convertidos, eles comparavam a história ou lenda de um Orixá, com a história ou lenda de um Santo Católico, e também o que cada um representava, pois uma religião de apenas dois mil anos como a católica, não pode destruir a crença em uma religião de mais de dez mil anos, que é a crença na religião dos Orixás. Desta forma, os negros diziam ser católicos, mas continuavam a cultuarem os seus Orixás disfarçando seus cultos com imagens de Santos Catolicos bem escondidos, pois se fossem descobertos, poderiam ser até mesmo mortos. A Umbanda é uma religião que tem como força vital, todas as energias da natureza representada pelos Orixás(Iemanjá, Oxum, Iansã, Nanã, Ogum, Xango, Oxosse, Obaluaiê ou Omolu e Oxalá), depois do grande poder supremo, Olorun ou Zambi, que é o Deus maior, a energia suprema. Todos os Orixás possuem um domínio em determinado elemento da natureza, por isso, a importância de se preservar e respeitar tudo que possua vida, pois sem os elementos da natureza, não seria possível a nossa existência. A Umbanda além de ter sincretizado os Santos do catolicismo, também absorveu alguns elementos de outras religiões, exemplos: Elementos africanos: Orixás, pontos cantados, instrumentos de som como os tambores(atabaques), guias(colares), comidas, bebidas, trabalhos, ervas sagradas, orações, oferendas, etc. Elementos indígenas: Culto aos caboclos, culto aos antepassados, ervas sagradas, defumações, bebidas, fumo, etc. Elementos católicos: Sincretismo com os Santos católicos, orações etc.. Elemento oriental e ocultista: Defumações, pontos riscados(cabalísticos), amuletos, etc.Elementos espíritas(Kardecista): Orações, passes, conceito de doutrina da caridade, etc.

Finalidades das Imagens

As imagens na Umbanda sincretizadas tem o mesmo objetivo que na Igreja Catolica, ou seja, um ponto material para facilitar a sintonização no caso da Umbanda com determinado Orixá ou entidade.
Com passar do tempo as imagens elas ficam imantadas positivamente, atraves da fé das pessoas que ali mentalizam seus pedidos e fazem seus agradecimentos.
Nos terreiros de Umbanda chama atenção quem entra ver o Altar(Congá) cheio de imagens simbolizando tal Orixa sincretizado por um santo catolico
ou de linhas de entidades que ali trabalham
Quando na Umbanda se bate cabeça é sempre de frente a imagem do santo que corresponde a determinado Orixá.

Congá(Altar)

O Congá de um terreiro é o principal campo magnetico de força de energia de um terreiro.
É o mais potente aglutinador de forças dentro do terreiro: é atrator, condensador, escoador, expansor, transformador e alimentador dos mais diferentes tipos de energias e magnetismo. Existe um processo de constante renovação de axé que emana do congá, como núcleo centralizador de todo o trabalho na umbanda.
É o lugar onde são colocadas as Imagens, assentamentos, Ferramentas, Pedras e Minerais dos Orixás e falanges. É ele o centro da imantação de um templo, pois é dali que emanam todas as Vibrações através de seus imãs.A parte onde são colocados os imãs é fechada, pois eles não podem ficar a mostra. Tocar nos imãs ou assentamentos só é permitido ao Babá, pois a ele pertence e somente no caso de algum problema com ele poderão ser tocados pela Mãe ou Pai pequeno.Os assentamentos do Congá têm que ser limpos periodicamente. Os filhos de santo da casa têm obrigação de saldar este altar antes de começar o ritual e no seu término. Aos visitantes e consulentes a saudação só pode ser feita caso lhes tenha sido dada autorização.Das extremidades do altar é que partem as vibrações para a corrente mediúnica. Vamos descrever as funções do congá: atrator: atrai os pensamentos que estão à sua volta num amplo magnetismo de recepção das ondas mentais emitidas.
Quando filho ou filha de santo for incorporar sempre deve-se estar voltado de frente ao Congá para rezar e concentrar-se na incorporação sintonizando sua entidade ou Orixá correspondente a gira, e quando se bater cabeça também é de frente ao Congá.
Quanto mais as imagens e elementos dispostos no altar forem harmoniosos com o Orixá regente do terreiro, mais é intensa essa atração.
CONDENSADOR: condensa as ondas mentais que se “amontoam” ao seu redor, decorrentes da emanação psíquica dos presentes: palestras, adoração, consultas etc.
ESCOADOR: se o consulente ainda tiver formas-pensamentos negativas, ao chegar na frente do congá, elas serão descarregadas para a terra, passando por ele (o congá) em potente influxo, como se fosse um pára-raios.
EXPANSOR: expande as ondas mentais positivas dos presentes; associadas aos pensamentos dos guias que as potencializam, são devolvidas para toda a assistência num processo de fluxo e refluxo constante.
TRANSFORMADOR: funciona como uma verdadeira usina de reciclagem de lixo astral, devolvendo-o para a terra; alimentador: é o sustentador vibratório de todo o trabalho mediúnico, pois junto dele fixam-se no Astral os mentores dos trabalhos que não incorporam.
Todo o trabalho na umbanda gira em torno do Congá. A manutenção da disciplina, do silêncio, do respeito, da hierarquia, do combate à fofoca e aos melindres, deve ser uma constante dos zeladores(dirigentes).
Nada adianta um Congá todo enfeitado, com excelentes materiais, se a harmonia do corpo mediúnico estiver destroçada; é como tocar um violão com as cordas arrebentadas.
Caridade sem disciplina é perda de tempo. Por isso, para a manutenção da força e do axé de um Congá, devemos sempre ter em mente que ninguém é tão forte como todos juntos.

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