domingo, 20 de setembro de 2009

Atabaques

A História dos Tambores

Os tambores começaram a aparecer pelas escavações arqueológicas do período neolítico. Um tambor encontrado na escavação na Morávia, foi datado de 6.000 anos antes de Cristo. Tambores têm sido encontrados na antiga Suméria com a idade de 3.000 A . C. Na Mesopotâmia foram encontrados pequenos tambores datados de 3.000 A . C. Tambores com peles esticadas foram descobertos dentre os artefatos egípcios, a 4.000 A . C. Os primeiros tambores provavelmente consistiam em um pedaço de tronco de árvore oco. Estes troncos eram cobertos nas bordas com peles de alguns réptil, e eram percutidos com as mãos, começou-se a usar peles mais resistentes e apareceram as primeiras baquetas. O tambor com duas peles veio mais tarde, assim como a variedade de tamanho.

Atabaques
O atabaque se torna um instrumento Sagrado através dos toques e cantos que são feitos ao qual damos o nome do conjunto de Curimba, são instrumentos de grande importância dentro da casa, pois são os segundos assentamentos mais importantes da casa, fazendo parte da Curimba do terreiro e dão sustentação aos trabalhos, por isso devemos respeitá-los como se fossem Orixás.
O canto e o toque do atabaque fazem parte do ritual de Umbanda, enriquecendo e criando condições para os trabalhos práticos.
São três os atabaques em um terreiro, Rum, Rumpi e Lê, sendo o Rum o atabaque maior com som mais grave, é o atabaque responsável em puxar o toque do ponto que está sendo cantado, no Rum ficaria os Alabê, Ogã, ou Ogã de Sala, como é conhecido por todos, seria o Ogã responsável pelos toques.
O Rumpi seria o segundo atabaque maior, tendo como importância responder ao atabaque Rum, e o Lê seria o terceiro atabaque onde fica o Ogã que está iniciando ou aprendiz que acompanha o Rumpi. O Rum também é responsável para dobrar ou repicar o toque para que não fique um toque repetitivo.
Cada atabaque tem suas obrigações a serem feitas, pois o atabaque praticamente representa um Orixá, ou seja, os atabaques utilizados pelo terreiro são consagrados ali, podendo na grande maioria das vezes serem tocados apenas por filhos e filhas do terreiro, salvo em condições especiais permitidas pelo dirigente ou guia chefe do terreiro.
São geralmente feitos de madeira de lei como o jacarandá, cedro ou mogno cortado em ripas largas e presas umas às outras com arcos de ferro de diferentes diâmetros que, de baixo para cima dão ao instrumento uma forma cônico-cilíndrica, na parte superior, a mais larga, são colocadas "travas" que prendem um pedaço de couro de boi bem curtido e muito bem esticado por um sistema de cravelhos para os Nagôs e os Gegês, e por cunhas de madeira para os tambores Ngomas, nos Congos e Angolas.
O couro também merece cuidados, se passa dendê ou azeite e deixa se no sol para que o couro fique mais esticado, e possa produzir um som melhor no atabaque.
Caso precise ser retirado do terreiro para manutenção, deve ser levado pelo ogã até o altar, ao ariaxé e aos quatro cantos do terreiro antes de sair do mesmo.
Tais instrumentos possuem um papel essencial nas giras. Eles servem para manter o ambiente sob uma vibração homogênea e fazer com que todos os médiuns permaneçam em vibração.
Nos dias de festa, os atabaques podem ser envolvidos com tiras de pano, nas cores do Orixá evocado. Durante a cerimônia, eles saúdam com um ritmo especial, a chegada dos membros mais importantes da Umbanda e estes vem se curvar e tocar respeitosamente o chão, durante uma cerimônia, em frente aos atabaques, antes mesmo de saudar o Pai ou a Mãe de Santo do terreiro.
Existem vários tipos de toques, Angola que se toca com mão, e Ketu se toca com a varinha.
Um Ogã seria como um tatá da casa na maioria das vezes seu conhecimento é quase superior a um Zelador de Santo, para ser um Ogã não basta saber tocar e sim saber o fundamento da casa, saber o canto na hora certa, é de grande importância em um terreiro.Existem também outros tipos de componentes que se usa junto com os atabaques, por exemplo o agogô, chocalho, triângulo, pandeiro, etc.Existem também o Abatá, que seria um tambor, com os dois lados com couro, que se usa muito no Rio Grande do Sul, e na nação Tambor de Mina.
Na Angola existem vários tipos de toques, onde cada toque é destinado a um Orixá, por exemplo, Congo de Ouro, Angolão que seria destinado a Oxossi, Ijexá que seria destinado a Oxum, etc.O mesmo acontece com ketu, que se toca com varinha de goiabeira ou bambu, chamadas aguidani.
Na Umbanda os atabaques são tocados com as mãos pelos mediuns Ogãs que normalmente também puxam os pontos ou tocados também por Atabaqueiros e o ritmo de toque mais utilizado é o Barra Vento.
O couro dos Atabaques também merecem cuidados, normalmente se usa acender 1 vela embaixo do atabaque para secar e esticar o couro para que possa produzir um som melhor e também pq com tempo de uso o couro vai ficando muito úmido e pode rasgar.

Rituais em que são tocados os Atabaques na Umbanda
Casamento, Batizado, Abertura dos Trabalhos, Saudação aos Visitantes, Saudação a Ogã, Saudação as Autoridades(civil e religiosa), Consagração, Batimento de Cabeça, Amaci, Defumação, Descidas e Subidas das entidades e Orixás, Fechamento dos Trabalhos.

Toques
São, ao todo, mais de quinze toques (ritmos) diferentes. Cada Casa de Santo tem até 500 cânticos. Segundo a fé dos praticantes, os versos e as frases rítmicas, repetidos incansavelmente, têm o poder de "captar" o mundo sobrenatural. Essa música sagrada só sai dos terreiros na época do carnaval, levada por grupos e blocos de rua, principalmente em Salvador, como Olodum ou Filhos de Gandhi.
Na Angola existem vários tipos de toques, onde cada toque é destinado a um Orixá, por exemplo, Congo de Ouro, Angolão que seria destinado a Oxosse, Ijexá que seria destinado a Oxum, etc. O mesmo acontece com ketu, que se toca com varinha de goiabeira ou bambu, chamadas aguidavi.
Existem vários fatores que definem os toques dos pontos. Um dos mais importantes é o ritmo em si; Cada toque possui um balanço, um ritmo característico que os tornam diferentes dos outros (por exemplo, Ijexá e barra-vento, são bem diferentes). Quando um Ogã ouve um ponto novo, ele tende a encaixar, entre os toques que ele conhece, o que melhor vai se adaptar àquela melodia que está sendo cantada.
Por isso é interessante conhecer várias batidas diferentes, assim como muitos pontos diferentes, pois aumentam as "cartas na manga" do Ogã

Existe uma relação entre o toque e o Orixá
Oxalá - Ijexá
Ogum, Xangô, Oxosse, Omolu - Ijexá, Congo de ouro, Barra vento.
Iansã - Congo de Ouro, Barra Vento, Ijexá.
Oxum - Ijexá (maioria), Congo.
Iemanjá - Ijexá
Nanã - Congo, Ijexá.
A variação dos toques depende de vários fatores. Basicamente não existe um toque amarrado aquele Orixá, depende de quem compõe o ponto.
Toques Mais conhecidos:
· Alujá
· Angolão
· Barra Vento
· Congo de Ouro
· Ijexá
· Samba
· Samba repicado

O uso do tambor Batá, utilizado por Xango na África, perdeu-se no Brasil, mas foi mantido em Cuba. Os ritmos chamados de Batá são ainda conhecidos por este nome na Bahia. Acontece o mesmo com o ritmo denominado Igbin, dedicado a Oxalá, que na África é batido sobre tambores que levam o mesmo nome. Outros ritmos como, por exemplo, o Ijexá, são tocados em certos terreiros sobre os Ilús, pequenos tambores cilíndricos com duas peles ligadas uma à outra, durante os cultos de Oxum, Ogum, Oxalá.
Existem muitos toques espalhados pelo Brasil e pelo mundo, os citados acima são os mais conhecidos e usados no Brasil.

2 comentários:

  1. Pessoal
    Agradeço Muito a participação de todos no meu Blog mas agora estou com uma página no Facebook onde tenho as postagens
    Aos interessados minha página no Facebook é Umbanda Orientação
    Mas voltei acessar meu Blog também que confesso fiquei ausente dele por tempos

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